Paraquedista fica preso em asa de avião durante salto na Austrália e passa por momento desesperador (vídeo)
O grupo de 17 atletas havia decolado de Tully para realizar uma formação com 16 paraquedistas a partir de 4.572 metros de altitude
247 - Um salto de rotina entre atletas experientes quase terminou em tragédia em Mission Beach, no nordeste da Austrália. As imagens divulgadas pelo Departamento Australiano de Segurança nos Transportes (ATSB) mostram o momento em que um paraquedista fica preso à asa de um Cessna Caravan logo após deixar a aeronave. O episódio, ocorrido em 20 de setembro durante o evento “Big Ways at the Beach”, foi reportado originalmente pelo ATSB.
O grupo de 17 atletas havia decolado de Tully para realizar uma formação com 16 paraquedistas a partir de 4.572 metros de altitude. No entanto, assim que o primeiro esportista deixou o avião, a alça do paraquedas reserva enroscou em uma aba da asa e abriu de forma acidental, puxando o atleta para fora e o deixando pendurado pelo equipamento — tudo registrado por câmeras instaladas na fuselagem.
As imagens revelam também que, durante a tentativa de se soltar, outro paraquedista acabou sendo arremessado para fora da porta. O atleta preso utilizou uma faca de gancho para cortar parte das correias e entrou em queda livre, conseguindo acionar o paraquedas principal. Ele pousou em segurança e sofreu apenas ferimentos leves.
Peso extra alterou o voo do Cessna
Segundo o comissário-chefe do ATSB, Angus Mitchell, o impacto do atleta preso modificou o comportamento da aeronave. O peso adicional “arremessou” o avião para cima, reduzindo a velocidade e levando o piloto a suspeitar de um possível estol. Ao ser informado de que havia um paraquedista preso à estrutura traseira, o comandante reduziu a potência e tentou estabilizar o voo.
Treze paraquedistas conseguiram saltar, enquanto dois permaneceram a bordo para auxiliar o piloto. O estabilizador horizontal ficou danificado e parte do equipamento ainda estava enrolada na cauda.
Diante do risco de perda de controle, o piloto declarou “Mayday” ao Controle de Tráfego Aéreo de Brisbane e chegou a preparar seu próprio paraquedas caso a aterrissagem se tornasse impossível. Mesmo com danos consideráveis, ele conseguiu pousar a aeronave de volta em Tully.
Investigação aponta falhas operacionais
O relatório do ATSB constatou que a aeronave operava fora dos limites ideais de peso e balanceamento. Embora essa condição não tenha sido considerada causa direta do acidente, os investigadores reforçaram que respeitar esses parâmetros é essencial para evitar perdas de controle — falha já associada a acidentes fatais em operações de paraquedismo.
A investigação também registrou que o piloto voou acima da altitude permitida sem suplementação de oxigênio, aumentando o risco de hipóxia. A Federação Australiana de Paraquedismo (APF) informou que está elaborando um guia com orientações específicas para mestres de carga e procedimentos de emergência.
A entidade acrescentou que o design volumoso da alça do paraquedas reserva pode elevar o risco de enroscar na fuselagem se não estiver devidamente protegida — um ponto que deve receber novas diretrizes de segurança após o incidente.
