Agro dos EUA pressiona Trump por guerra comercial e vê Brasil como beneficiado
Setor agrícola norte-americano critica tarifas impostas pelo governo e alerta para avanço brasileiro no mercado chinês
247 - Os produtores de soja dos Estados Unidos lançaram críticas ao presidente Donald Trump e alertaram que, diante de uma guerra comercial com a China e outros parceiros, o Brasil será o maior beneficiado pelas políticas protecionistas da Casa Branca. A posição foi apurada nesta quinta-feira (6) pelo jornalista Jamil Chade, em coluna publicada no UOL, na qual analisa a crescente preocupação do setor agrícola norte-americano com os impactos das tarifas impostas ao comércio exterior.
A Associação Americana de Soja, uma das entidades mais influentes do setor agrícola dos EUA, expressou sua insatisfação com a estratégia tarifária utilizada no governo Trump. "Há anos, os agricultores têm mantido consistentemente sua posição de que não apoiam o uso de tarifas, que ameaçam mercados importantes e aumentam os custos de insumos para os agricultores, como tática de negociação", declarou a entidade. A crítica reflete a insatisfação de um setor que já foi um dos pilares do eleitorado de Trump, mas que hoje vê suas exportações ameaçadas pela concorrência brasileira.
Desde que reassumiu a presidência norte-americana em janeiro de 2025, Donald Trump vem implementando novas tarifas sobre importações do Canadá, México e China, visando proteger a indústria americana. Essas medidas, no entanto, têm gerado preocupações significativas entre os agricultores dos Estados Unidos. As tarifas retaliatórias impostas por esses países afetaram diretamente o setor agrícola americano, que enfrenta custos mais altos e mercados de exportação reduzidos.
Brasil ganha espaço no mercado global de soja
A guerra comercial iniciada por Trump contra a China, com tarifas bilionárias sobre produtos chineses, acaba impulsionando a busca do gigante asiático por novos fornecedores de commodities. Nesse cenário, o Brasil emerge como principal alternativa, consolidando sua posição como o maior exportador de soja do mundo.
Desde 2018, quando os EUA iniciaram a imposição de tarifas sobre a China, Pequim passou a comprar volumes crescentes do grão brasileiro, favorecendo a expansão da produção nacional. O Brasil aproveitou o momento para fortalecer sua relação comercial com os chineses e investir em infraestrutura de exportação, garantindo maior competitividade no mercado global.
Atualmente, cerca de 70% das exportações brasileiras de soja têm como destino a China, o que demonstra o peso do mercado asiático para o agronegócio nacional. Além disso, o país tem conseguido ampliar sua presença em outros mercados estratégicos, como a União Europeia e o Oriente Médio.
