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      Bukele reafirma apoio à política de deportações de Trump

      Em visita à Casa Branca, presidente de El Salvador ressalta nova fase de cooperação com os EUA

      Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington 14/04/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Em visita oficial à Casa Branca nesta segunda-feira (14), o presidente de El Salvador, Najib Bukele, reafirmou seu apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump, nas medidas de deportação em massa de migrantes. A informação é da Telesur.

      Durante a reunião, realizada sob o argumento da "luta contra o crime e o terrorismo", Trump agradeceu a Bukele por aceitar o envio de migrantes considerados ameaças à segurança nacional norte-americana. Parte deles está sendo transferida para o Centro de Confinamento por Terrorismo (Cecot), em El Salvador, mega-prisão criada durante o governo Bukele. Mais de 200 migrantes já foram enviados ao local, incluindo cidadãos de origem venezuelana e salvadorenha.

      “Agradecemos ao presidente Bukele por sua disposição em ajudar os Estados Unidos a enfrentar o crime organizado e o terrorismo”, disse Trump, ao elogiar a cooperação com o país centro-americano. Ele também afirmou que pretende deportar “o maior número possível” de migrantes que entraram nos EUA durante a gestão de seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, a quem chamou de "incompetente".

      O presidente norte-americano ainda solicitou ao colega salvadorenho a construção de novas prisões de segurança máxima semelhantes ao Cecot, para abrigar os estrangeiros deportados sob acusação de ligação com grupos criminosos como a MS-13 ou o extinto Tren de Aragua.

      Por sua vez, Bukele demonstrou alinhamento com o discurso de Trump e se mostrou disposto a ampliar a cooperação. “Estamos prontos para ajudar com os supostos problemas de crime e terrorismo que os Estados Unidos estão enfrentando”, declarou. Ele também confirmou que não irá devolver o migrante salvadorenho Kilmar Ábrego García, um dos deportados por Trump sob a acusação de terrorismo, que hoje se encontra recluso no Cecot.

      O acordo entre os dois países prevê um repasse de aproximadamente 6 milhões de dólares do governo norte-americano a El Salvador, em troca da aceitação dos migrantes e do uso da mega-prisão salvadorenha como centro de detenção. Os detalhes do contrato não foram revelados publicamente.

      A colaboração foi intensificada após a ativação, em 15 de março deste ano, da chamada Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798 pelo governo Trump. Com base nessa legislação, foram deportados 238 venezuelanos e 23 salvadorenhos considerados "ameaças à segurança nacional", incluindo Kilmar Ábrego.

      Ao final do encontro, o presidente dos EUA reafirmou que sua administração continuará a adotar medidas “decisivas” para proteger o território americano. “Vamos expulsar qualquer indivíduo que represente perigo, independentemente de seu status de imigração ou país de origem”, disse Trump.

      A política de deportações em massa, somada à parceria com Bukele, representa mais um capítulo na abordagem rígida do presidente norte-americano em relação à imigração — tema que vem sendo central em sua campanha pela reeleição.

      Enquanto defensores de direitos humanos alertam para os riscos de criminalização sem julgamento adequado e para a opacidade do acordo bilateral, os governos de Trump e Bukele mostram sintonia na aplicação de políticas de segurança que têm suscitado debates dentro e fora da América Central.

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