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Candidata do PC lidera eleição no Chile com margem clara no primeiro turno

Jeannette Jara atinge 33,2% das intenções de voto, segundo pesquisa divulgada pela AtlasIntel, mas enfrenta cenário adverso em eventual segundo turno

Jeanette Jara (dir.), candidata do PC do Chile nas primárias presidenciais (Foto: Prensa Latina )

247 - A candidata do Partido Comunista de Chile (PC), Jeannette Jara, aparece em primeiro lugar nas intenções de voto para a eleição presidencial chilena. Conforme levantamento da AtlasIntel, Jara alcançou 33,2% das intenções de voto no primeiro turno. 

O cenário porém se torna mais complexo ao olhar os possíveis desdobramentos: embora lidere com folga no primeiro turno, Jara aparece atrás dos adversários em todos os cenários projetados para o segundo turno da votação. 

Resultados da pesquisa de primeiro turno

De acordo com o levantamento da AtlasIntel, com 3.709 pessoas entrevistadas pela internet entre 25 e 30 de outubro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. 

  •  Jeannette Jara (PC): 33,2% 
  •  José Antonio Kast (Partido Republicano): 16,8%  Johannes Kaiser (Partido Nacional Libertário): 16,8% 
  •  Franco Parisi (Partido de La Gente): 14,2% 
  •  Evelyn Matthei (União Democrática Independente): 13,9% 

Em relação à pesquisa anterior, feita em 19 de outubro, Jara obteve uma ligeira alta; por outro lado, Kast apresentou queda enquanto Kaiser registrou crescimento. 

Desafios no segundo turno

Apesar da vantagem no primeiro momento da disputa, o cenário reverso aparece com clareza na projeção de segundo turno: a liderança não se mantém. Conforme publicações de mídia especializadas, Jara perderia para Kast ou Matthei em uma eventual segunda volta. 

Contexto e repercussão

A ascensão de Jara representa um momento histórico para a política chilena: é a primeira vez que uma candidatura apoiada por uma coligação de esquerda oficial (alinhada ao governo de Gabriel Boric) surge com representantes do Partido Comunista à frente. 

Porém, a candidata enfrenta dilemas importantes: a necessidade de ampliar seu apelo além da base histórico-comunista, a habilidade de articular alianças mais amplas e o risco de rejeição de eleitores mais centristas ou conservadores. Um dos temas que repercutiu é a sua própria militância no PC — “Esse tema não está sobre a mesa”, afirmou ela recentemente ao ser questionada sobre eventual suspensão da filiação. E

O que observar daqui para frente

  •  A campanha de Jara precisará construir uma narrativa de governabilidade e amplitude, de modo a convencer eleitores fora da sua base partidária tradicional.
  •  Do lado da oposição, a dispersão de candidaturas (como Kast, Matthei e Kaiser) pode favorecer o primeiro lugar de Jara no primeiro turno, mas também abre espaço para um adversário único mais forte no segundo turno.
  •  As temáticas centrais da disputa — segurança pública, economia, desigualdade, participação social — devem ganhar relevo nas próximas semanas, influenciando o comportamento do eleitorado.
  •  Como lembra a própria pesquisa, liderar o primeiro turno não garante a vitória final: a chave será o desempenho no embate direto, na segunda volta, se houver.