Claudia Sheinbaum condena violência em protesto da geração Z no México
Marcha convocada nas redes sociais termina em violência e tentativa de invasão do Palácio Nacional
247 - A presidente do México, Claudia Sheinbaum, repudiou neste sábado os confrontos registrados durante a grande marcha da geração Z na Cidade do México, criticando duramente os episódios de violência que marcaram o ato juvenil.
Sheinbaum reforçou publicamente que manifestações devem ocorrer sem agressões, especialmente diante do cenário de tensão observado no entorno do Palácio Nacional.
"Dizemos não à violência", disse. Em seguida, ressaltou que a discordância política não deve se transformar em confronto: "Se alguém não concorda, é preciso se manifestar de maneira pacífica". Ela ainda completou: "Nunca se deve usar a violência para alcançar mudanças; sempre pelo caminho pacífico".
Sheinbaum afirmou que o número de jovens presentes foi menor do que o divulgado. Segundo ela, “hoje houve uma manifestação onde dizem que marcharam jovens, mas na realidade havia muito poucos, e de maneira violenta retiraram algumas barreiras e quebraram vidraças”.
O episódio deste sábado também reacendeu o debate sobre estratégias de guerra híbrida, conceito que ganhou centralidade nos últimos anos para descrever operações políticas que combinam elementos tradicionais e não convencionais, especialmente no ambiente digital.
Mobilização ganhou força após assassinato de Carlos Meza
A marcha reuniu milhares de jovens em resposta ao assassinato de Carlos Meza, prefeito de Uruapan, e tomou as principais avenidas da capital mexicana. Com forte presença de símbolos inspirados no anime One Piece, os participantes exigiram mais segurança e melhores oportunidades no país.
A situação se agravou quando alguns jovens romperam uma barreira policial e tentaram acessar a área restrita do Palácio Nacional. Policiais federais e da capital reagiram com gás lacrimogêneo para impedir a aproximação, desencadeando correria e novos confrontos.
Sheinbaum aponta ação digital coordenada por opositores
Antes da manifestação, Sheinbaum já havia questionado a origem da convocação. Segundo ela, o ato teria sido impulsionado por uma campanha digital financiada por opositores locais e grupos de direita no exterior. A presidente mencionou o uso de oito milhões de bots e uma operação estimada em 90 milhões de pesos — aproximadamente 4,9 milhões de dólares.
Para a presidente, parte significativa dos participantes não estaria ligada de fato às demandas da juventude mexicana, mas responderia a interesses externos contrários à sua administração. Mesmo assim, ela reiterou seu compromisso com a liberdade de expressão, destacando ser essencial esclarecer "quem está promovendo a manifestação" para impedir manipulações políticas.
Vídeo mostra agressões
Ao longo do dia, vídeos compartilhados nas redes sociais exibiram cenas de violência intensa. Em um deles, um policial aparece sendo chutado por manifestantes enquanto está caído no chão.



