Cuba evacua mais de 735 mil pessoas antes da chegada do furacão Melissa
Ilha completa evacuação em massa enquanto o furacão Melissa se aproxima com ventos até 209 km/h e ameaça o frágil sistema energético cubano
247 - As autoridades de Cuba anunciaram uma operação de evacuação em larga escala diante da aproximação do furacão Melissa. Na noite de terça-feira, o presidente Miguel Díaz‑Canel alertou os cidadãos sobre uma “noite muito difícil” enquanto o fenômeno se movimentava rumo à ilha, conforme registro oficial.
Segundo comunicado publicado nas redes sociais de Díaz-Canel, mais de 735 mil pessoas foram retiradas de áreas vulneráveis antes do impacto do furacão. O governo cubano informou que as províncias de Santiago de Cuba, Guantánamo e Granma — no leste da ilha — estão entre as mais expostas à tempestade.
O furacão Melissa transitou pela Jamaica na terça-feira com estragos significativos e se dirigia à costa sudeste de Cuba com ventos que alcançavam 209 km/h quando se aproximava da ilha. As previsões meteorológicas apontam para chuvas acumuladas de até 63 centímetros em áreas montanhosas e ressacas graves na costa.
O sistema enfrenta uma infraestrutura já fragilizada em Cuba. O país atravessa uma crise energética severa, com frequentes apagões relatados pela estatal Unión Eléctrica, e agora o furacão ameaça agravar a situação. De fato, nas províncias orientais, a Empresa informa que os cortes de energia já se estendiam pela tarde de terça-feira.
Além da evacuação massiva, a marinha dos Estados Unidos retirou centenas de moradores da base americana em Guantánamo como medida preventiva. A tempestade representa risco elevado de inundações repentinas, deslizamentos de terra e ventos capazes de comprometer residências e infraestrutura costeira.
Especialistas meteorológicos cubanos estimam que a elevação anormal do nível do mar poderá avançar por terra, atingindo comunidades baixas no sudeste da ilha. Paralelamente, em áreas rurais sujeitas a enchentes, como Valle de Caujerí, Hatibonico e San Antonio del Sur, a quase totalidade dos moradores já deixou suas casas em precaução.
Mesmo com as medidas de segurança, os desafios são enormes. O leste cubano se prepara para enfrentar ventos extremos, chuvas intensas e a fragilidade estrutural de um país que lida com escassez de combustíveis, falta de manutenção e apagões prolongados.
Com o furacão se deslocando lentamente sobre águas quentes do Caribe — fator que favorece a rápida intensificação do sistema — as autoridades cubanas reforçam o apelo à população para que permaneça nas zonas de abrigo até o risco passar. Meteorologistas avisam que todos os impactos serão mais amplos que o simples “olho” da tempestade.



