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Equador: Noboa anuncia prisão de líder do Los Lobos durante referendo

Captura de Pipo Chavarría na Espanha coincide com votação sobre bases militares e reformas constitucionais no Equador

Equador: Noboa anuncia prisão de líder do Los Lobos durante referendo (Foto: Vicente Gaibor Del Pino/Reuters)

247 - O presidente do Equador, Daniel Noboa, informou no domingo (16) a prisão de Pipo Chavarría, identificado pelas autoridades como líder da facção criminosa Los Lobos. A notícia foi divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo.

Segundo a reportagem da Folha, Noboa publicou em suas redes sociais que "hoje capturamos 'Pipo' Chavarría, o criminoso mais procurado da região e líder máximo do Los Lobos. O criminoso, que fingiu a própria morte, mudou de identidade e se escondeu na Europa". No mesmo dia, o ministro da Defesa, John Reimberg, afirmou na plataforma X que Chavarría foi detido na Espanha e destacou que ele "é responsável por pelo menos 400 mortes".

Chavarría é apontado como o principal comando da maior organização criminosa do país, que expandiu seu controle após a extradição do líder dos rivais Los Choneros para os Estados Unidos. Los Lobos atuam no narcotráfico, em homicídios por encomenda e na mineração ilegal de ouro. Integrantes do grupo também foram associados ao assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, em 2023.

A captura ocorreu no mesmo dia em que o país realizou um referendo sobre pontos centrais da política nacional, incluindo a permissão para o retorno de bases militares estrangeiras e a convocação de uma nova Constituição que ampliaria os poderes do governo para enfrentar a violência. Também foram submetidas à votação a revisão do financiamento público de partidos e a redução do número de parlamentares da Assembleia Nacional.

Dados do instituto Cedatos, publicados em 6 de novembro, mostravam que 59,1% dos entrevistados apoiavam a convocação do plebiscito, enquanto 35,9% eram contrários e 5,3% não souberam responder. Entre as propostas, a redução do número de legisladores era a mais bem avaliada, com 77,2% dos votos válidos. A liberação de bases militares estrangeiras, embora menos popular, tinha 61% de apoio.

O Equador atravessa o período mais violento de sua história recente, com a intensificação da disputa entre facções ligadas a cartéis mexicanos e colombianos. A escalada ocorre em meio à pressão dos Estados Unidos para ampliar o combate regional ao narcotráfico, incluindo operações navais no Caribe e no Pacífico.

A prisão de Chavarría, anunciada no dia da votação, se soma ao esforço do governo para reforçar sua estratégia de segurança diante do avanço das organizações criminosas no país.

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