Ricardo Darín e atores se unem contra políticas de Milei destruidoras da cultura na Argentina
Artistas argentinos se opõem à 'Lei Ônibus' que ataca o setor do cinema e teatro e cobram governo do ultradireitista Milei: "não são privilégios, são direitos"
247 - Um grupo proeminente de artistas argentinos, liderados por figuras renomadas como Ricardo Darín, Facundo Arana, Griselda Siciliani, Adrián Suar, Natalia Oreiro e Julio Chávez, uniu forças em uma campanha em defesa da cultura e dos direitos de propriedade intelectual dos artistas no país. Os atores participam de uma série de vídeos promovidos pela Sociedade Argentina de Gestão de Atores Intérpretes Associação Civil (SAGAI), denunciando os efeitos prejudiciais da chamada "Lei Ônibus" do extremista de direita Javier Milei, informa o jornal Página 12.
A Lei Ônibus, um gigantesco projeto de lei com 664 artigos, abrange diversas áreas, incluindo privatização de empresas e concessão de amplos poderes ao ultradireitista argentino até dezembro de 2027. Entre suas disposições, o controverso Artigo 350 nos Capítulos II e III, referentes à Cultura, tem despertado a indignação da comunidade artística.
Ricardo Darín, em um dos vídeos divulgados, inicia a campanha declarando: "Senhores legisladores, SAGAI protege os direitos intelectuais de milhares de artistas." O ator expressa sua preocupação com o impacto do Artigo 350. >>> LEIA TAMBÉM: Com Milei, cinema argentino "corre perigo" e setor apoia greve do dia 24
A atriz Pilar Gamboa enfatiza que a SAGAI não recebe apoio financeiro do Estado e destaca a importância da ação social da organização em proteger artistas. Facundo Arana acrescenta que a indústria cultural argentina é superavitária e contribui significativamente para a reputação do país no cenário global.
O filho de Ricardo Darín, Chino Darín, argumenta: "por que destruir algo que funciona bem?", enquanto a atriz Griselda Siciliani exige que os legisladores retirem o Artigo 350 do projeto, concluindo com o lema da campanha: "Não são privilégios, são direitos."
A Lei Ônibus de Milei tem causado controvérsias ao afetar diversos setores, incluindo aposentados, sindicatos, clubes de futebol, farmacêuticos e médicos. O setor cultural também está na mira da legislação, que propõe a anulação do Fundo Nacional das Artes (FNA), responsável por apoiar escritores, artistas plásticos, músicos, arquitetos e desenhistas.
O Instituto Nacional de Teatro, central para o cenário teatral argentino, também está ameaçado de extinção. A legislação proposta por Milei levanta preocupações sobre o futuro da cultura e das artes na Argentina.
Diante desse cenário, a comunidade artística exorta os legisladores a reconsiderarem o impacto do Artigo 350 nos Capítulos II e III da Lei Ônibus, buscando preservar os pilares fundamentais da cultura argentina.
