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Sheinbaum condena violência em marcha atribuída à Geração Z

Presidenta do México afirma que havia muito poucos jovens e que setores conservadores tentam inflar mobilizações para desgastar o governo progressista

Claudia Sheinbaum, presidenta do México (Foto: Presidência do México)

247 – A presidenta do México, Claudia Sheinbaum Pardo, condenou a violência registrada durante uma marcha atribuída à chamada Geração Z, realizada neste sábado na Cidade do México. A cobertura original foi divulgada pelo jornal La Jornada, que acompanhou a agenda de Sheinbaum em Jonuta, no estado de Tabasco.

Segundo a presidenta, o ato, embora apresentado publicamente como uma grande mobilização juvenil, contou com um número reduzido de jovens e acabou marcado por episódios de depredação, como o derrubamento de grades e a quebra de vidraças. Sheinbaum reforçou que discordâncias devem ser manifestadas apenas por meios pacíficos, lembrando que mudanças políticas duradouras nunca podem se apoiar em atos de violência.

Governo aponta manipulação digital e uso de bots para simular apoio artificial

Durante o mesmo evento, o secretário de Educação, Mario Delgado, afirmou que há grupos tentando manipular a juventude por meio de redes sociais e do uso massivo de contas automatizadas. Ele explicou que setores conservadores investem recursos elevados na contratação de bots com o objetivo de construir uma sensação falsa de mobilização social e de insatisfação generalizada.

Delgado destacou que, enquanto esses grupos gastam grandes quantias para fabricar presença digital, o governo federal investe em políticas reais, como programas de bolsas de estudo que ampliam o acesso de milhões de jovens à educação. Para ele, essa é a verdadeira marca da atual geração: a expansão das oportunidades educacionais e o fortalecimento do ensino superior público.

A guerra híbrida e o padrão já visto na América Latina

Embora a presidenta não tenha feito nenhuma comparação internacional, o episódio reacende preocupações sobre métodos de guerra híbrida usados contra governos progressistas na região. Essa estratégia combina manipulação digital, campanhas de desinformação e estímulo a protestos aparentemente espontâneos, mas organizados para gerar desgaste político.

No Brasil, táticas semelhantes emergiram nas chamadas jornadas de junho de 2013, quando atos amplos e inicialmente difusos foram rapidamente instrumentalizados por interesses conservadores e por setores da mídia tradicional. A escalada de tensão abriu caminho para o processo de desestabilização que culminou no golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Especialistas latino-americanos identificam hoje a repetição de elementos desse manual: protestos vestidos de juventude, uso de bots para amplificar artificialmente insatisfações e episódios de violência planejada para produzir imagens de caos e desgaste institucional.

Violência artificial x políticas públicas reais

Ao rejeitar a violência e enfatizar o caminho pacífico, Sheinbaum reforçou a diferença entre ações concretas de governo e estratégias digitais de desgaste. A cerimônia em Jonuta, marcada pela entrega de bolsas estudantis, evidenciou essa oposição: enquanto setores conservadores tentam inflar protestos por meio de redes automatizadas, o governo investe na ampliação do acesso à educação e no fortalecimento das instituições públicas.

Para Sheinbaum e sua equipe, a juventude mexicana se expressa não em atos violentos, mas na ocupação de salas de aula, universidades e programas sociais que ampliam suas oportunidades.

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