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"Precisamos abrir outras pontes e apostar no multilateralismo", diz Fernández após encontro com Putin

O presidente da argentino Alberto Fernández está em viagem internacional. Da Rússia, segue para a China, onde vai se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping

"Precisamos abrir outras pontes e apostar no multilateralismo", diz Fernández após encontro com Putin (Foto: ESTEBAN COLLAZO / Divulgação / Presidência da Argentina)

247 - O presidente Alberto Fernández ratificou nesta quinta-feira, na Rússia, que a Argentina está empenhada em "não ser satélite de ninguém" e manteve a necessidade de o país "abrir outras pontes", informou o Página 12. Após a Rússia, o chefe de Estado já partiu para a China.

"A Argentina tem uma dependência muito grande do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Estados Unidos. Precisamos abrir outras pontes e apostar no multilateralismo, sem sermos satélites de ninguém", enfatizou Fernández em entrevista à agência Télam e ao jornal La Nación em Moscou, após o encontro que teve com Vladimir Putin, no Kremlin.

Ele destacou que o governo argentino vai procurar alargar as relações econômicas e políticas com os diferentes países, sem alinhamentos e apostando sempre no multilateralismo.

Sobre o encontro com Putin, Fernández destacou: "falamos várias vezes ao telefone nesses anos, mas dessa forma era uma relação distante. Hoje, cara a cara, tivemos uma harmonia muito boa". Os dois chefes de Estado destacaram a cooperação dos dois países durante a pandemia, como o fornecimento antecipado de vacinas russas Sputnik à Argentina.

“A Rússia nos ajudou quando as vacinas estavam começando a ser produzidas e havia escassez", garantiu Fernández na entrevista.

Eles também discutiram a cooperação econômica entre empresas russas e argentinas em diferentes áreas, principalmente saúde, transporte e energia. A conversa incluiu a possibilidade de futuros projetos de investimento em petróleo e gás e também em energias renováveis, como a eólica.

Diante da experiência com a vacina Sputnik, os dois países destacaram que outros produtos farmacêuticos russos possam ser produzidos no país com tecnologia argentina. Eles também discutiram novos projetos na área de transporte, que podem incluir investimentos para o trem Vaca Muerta - Bahía Blanca e a possível chegada ao país da empresa Kamaz, empresa russa dedicada à fabricação de caminhões.

Cooperação com China

Agora, Fernández segue para a China, para se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping. Eles devem discutir, entre outras coisas, a participação na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. O gigante asiático é o primeiro parceiro comercial da Argentina fora do Mercosul, e o segundo destino das exportações agroindustriais argentinas, assim como o principal investidor em energias renováveis.

Nesta semana, a estatal chinesa China National Nuclear Corp (CNNC) fechou um acordo de US$ 8 bilhões (R$ 42,1 bilhões) com a Argentina para construção da usina nuclear Atucha III usando a tecnologia chinesa Hualong One. O projeto está previsto para começar no final deste ano.

Os laços entre os dois países também incluem a presença de cerca de 200.000 chineses que vivem atualmente na Argentina, constituindo a quinta maior comunidade de imigrantes, atrás apenas de bolivianos, paraguaios, peruanos e chilenos.

Agenda na China

Nesta sexta-feira, 4, Fernández participará virtualmente da cerimônia na qual será premiado com o título de Professor Honoris Causa da Universidade de Tsinghua. Ele vai visitar o Museu do Partido Comunista Chinês. Em seguida, junto ao embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja, vai estar presente na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Depois, o presidente argentino visitará o Museu do Palácio, localizado na chamada Cidade Proibida, um complexo de quase mil edifícios construídos no início do século XV e que até o início do século XX foi o centro político da China e a residência dos imperadores — seguindo depois para a Praça da Paz Celestial, onde visitará o mausoléu de Mao Zedong.

No sábado, Fernández será recebido no Grande Salão do Povo, onde será oferecido um almoço em homenagem aos chefes de Estado que estarão presentes na abertura dos Jogos Olímpicos. E, em seguida, ele se reunirá com a delegação olímpica argentina na cidade de Zhangjiakou. No final do dia, participará de encontro virtual com os representantes das missões diplomáticas da América Latina e do Caribe.

No domingo, Fernández se reunirá finalmente com Xi, no Grande Salão do Povo. Sua última programação no país será uma visita ao Centro de Tecnologia Huawei e à Grande Muralha de Mutianyu.

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