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Onã Rudá

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2014, o ano que ainda não acabou

Após a eleição é quando se abrem as chagas que perpetuam uma dor inimaginável na sociedade brasileira, até os dias de hoje, com a quebra da democracia, a perda de direitos e o aprofundamento de um estado de exceção

Dilma Rousseff participa de ato em Porto Alegre (Foto: Onã Rudá)
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O ano de 2014 foi marcado por uma das mais acirradas disputas eleitorais, do Brasil, na corrida pela faixa presidencial. Que terminou em uma vitória com "margem apertada" de Dilma Roussef. Questionamentos ao pleito e a insatisfação com a derrota por parte do PSDB, de Aécio Neves, da mídia e de alguns eleitores, fizeram surgir aventuras perigosas cujas consequências sofremos até hoje e ainda não sabemos onde vão parar. A disputa foi tão emocionante que mesmo com mais de 95% das urnas apuradas, não era possível dizer que sairia vitorioso do pleito.

Eram três os principais candidatos à presidência Dilma Rousseff PT, Aécio Neves PSDB, Eduardo Campos PSB, que tinha como vice Marina Silva, que não conseguiu finalizar o registro do seu partido, Rede Sustentabilidade a tempo de disputar.

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O primeiro grande fato que marca essa eleição é a morte do candidato do PSB, Eduardo Campos, em uma queda de jato que levantou muitas dúvidas e suspeitas, o clima de conspiração surgiu no ar e Marina Silva assumiu o seu lugar na candidatura a Presidência. A comoção social com a tragédia ocorrida com o colega de chapa, fez de Marina segunda colocada nas pesquisas, chegado até um empate técnico com Dilma, que ocupou durante quase toda a disputa o 1° lugar.

Nas redes sociais a disputa foi constante, as eleições mais comentadas da história, no facebook, uma tropa de choque de robôs e perfil fakes entraram no game plantando notícias e informações falsas na internet, em especial sobre a Lava Jato que aquela altura era explorada pela grande mídia, em especial ao que tange a Paulo Roberto Costa e a manutenção dele na diretoria de abastecimento na Petrobras, Dilma era constantemente confrontada com o tema. Foi a primeira demonstração de controle e manipulação da rede que a direita mostrou ser capaz de fazer, eram "Fake News" terroristas.

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Nas urnas o primeiro turno terminou com Dilma 41,59%, Aécio 33,55% e Marina 21,32% e foi na disputa do segundo turno que as coisas pegaram fogo, a militância tomou as ruas, as universidades com atos, passeatas, comícios e tentou disputar as redes, Marina declarou apoio a Aécio, artistas fizeram campanha abertamente e a mídia aumentou o seu tom na exploração da lava jato tentando influenciar no processo eleitoral. A Revista Veja chega ao ápice do absurdo da manipulação e do ataque. Na semana da eleição a Revista antecipou sua edição semanal, que sairia no domingo do pleito e a matéria de capa era uma bomba, a foto de Lula e Dilma e a transcrição de um suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef com os dizeres: "Eles sabiam de tudo". Nas redes o boato era que haviam encontrado o doleiro morto em hospital do Paraná, por conta da matéria, mentira que só foi desmascarada no dia da eleição.

E apesar de tantas reviravoltas Dilma Rousseff foi reeleita com 51,64% dos votos válidos contra 48,36% do segundo colocado Aécio Neves, 3,28% de diferença, considerada por alguns uma margem pequena. Entretanto essa margem corresponde a 3,5mi de pessoas, número superior à população de 12 estados do Brasil.

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Após a eleição é onde se abrem as chagas que perpetuam uma dor inimaginável na sociedade brasileira, até os dias de hoje, com a quebra da democracia, a perda de direitos e o aprofundamento de um estado de exceção, colocando o povo refém de interesses exclusos dos banqueiros e especuladores e posicionando o país a uma subserviência dos interesses econômicos do capital financeiro e estrangeiro, cujo final ainda não fazemos ideias onde e como será.

O PSDB e Aécio Neves não se conformam com a derrota, se movimentam institucionalmente pra tentar barrar a posse de Dilma Rousseff e flerta com a extrema direita insuflando eleitores, sobretudo paulistas, grande reduto tucano, a iniciarem movimentos contra a Presidenta.

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Além de pedir uma auditoria no sistema de apuração de votos, onde gastaram 1mi pra descobrir o que todo mundo já sabia, que não houve fraude no processo, o PSDB tentou impedir a diplomação da candidata eleita, pediu no TSE a cassação da chapa vencedora e queria assumir a presidência no tapetão. Uma infeliz aventura.

Em paralelo surgia movimentos organizados como MBL, vem pra rua e outros, que puxavam manifestações que cabia de tudo um pouco, desde a intervenção num trio de um torturador, pessoas pedindo intervenção e retorno da ditadura militar, fim da democracia até movimentos pelo retorno da monarquia, um caldo político medonho com pessoas passando a ser alvo de agressão e violência só por estarem de vermelho.

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As redes e a mídia faziam o papel de desinformar e confundir a população, que em parte chegou a acreditar que Aécio entraria no lugar de Dilma no caso da concretização do Golpe. A lava jato foi ao ápice do abuso com a condução coercitiva de Lula sem convocação prévia para depoimento e grampos ilegais da Presidência da República entregues por Sergio Moro à Rede Globo.

O exemplo mais próximo do que pode acontecer quando um candidato e um partido não aceitam o resultado final das eleições é a Venezuela, onde em abril de 2013, o candidato derrotado Henrique Capriles não aceitou a derrota imposta pelo candidato chavista, Nicolás Madúro, e a sanha golpista levou o país ao caos. Agora, a Venezuela passa por uma situação econômica grave, convulsão social e política, com confrontos cotidianos nas ruas e o governo só se mantém graças à força do apoio popular, mas chegando a necessidade de reformar todo o estado a partir de uma constituinte.

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Assim como na Venezuela e outros países da América Latina, essa onda golpista, no Brasil iniciada pelo PSDB, que flertou com o que há de pior na política e na sociedade, não é só "birra de perdedor" que foi massacrado pelo voto popular mais uma vez, está diretamente ligada a interesses, subserviência a banqueiros e a entrega de bens e territórios nacional a estrangeiros.

De lá pra cá a curva na política, no judiciário e nos direitos sociais tem sido descendente e precisamos encontrar um caminho, um projeto, que seja capaz de reunificar e fazer o Brasil se reencontrar com o caminho do desenvolvimento e do crescimento econômico, dando ao povo melhores condições de vida.

Ao que tudo indica 2014 deve terminar com a eleição de 2018, pleito que desde já o consorcio golpista tenta manipular impedindo a candidatura de Lula através de um processo político. Entretanto, é preciso atenção e prudência, porque ainda não temos clareza de que o pleito de fato acontecerá e 2014 pode ir ainda mais longe.

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