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Cláudio Furtado

Espiritualista, escritor e engenheiro. Autor dos livros “Divagaísmo” e “O Despertar – Existência Integral”, este último com dois amigos, com os quais também fundou a Phoenix Produtora.

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A Aporofobia nossa de cada dia

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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Só existem dois tipos de classes sociais no Brasil e no mundo. Os ricos e os pobres. Mas aí alguém grita e diz: “Não, de jeito nenhum, eu não sou pobre, eu sou classe média.” Ou quem sabe seja mais específico: “Sou classe média alta.” Têm até os que se dizem emergentes, bem patético. Se você vende seu esforço de trabalho você é pobre. Seja funcionário público ou da iniciativa privada, seja micro, pequeno ou médio empresário. Se você vende seu esforço de trabalho você está empobrecendo ao longo dos anos, pois este é o objetivo da superexploração do trabalho. Empobrece a extrema maioria e enriquece a extrema minoria.

Devido a criminalização dos pobres, inventaram vários nomes e até letras para dividir a sociedade em castas. Isso mesmo, isso é um sistema de castas ao qual estamos submetidos. Tem pobres que passam fome. Tem outros que tem o que comer. Tem aqueles que assinam a Netflix. E ainda tem aqueles que fazem viagem ao exterior para aproveitar as suas férias. Mas todos vendem o seu esforço de trabalho. São pobres, vítimas da mais valia, a qual foi aprofundada pelo Neoliberalismo. Independentemente se tem mais, menos ou nenhum privilégio, são pobres e nada além disso. Mas os que fizeram esta divisão por castas foram bem-sucedidos nesta estratégia de degradação social, pois usaram a técnica do “dividir para conquistar”, a qual enfraquece as lutas por direitos sociais dos trabalhadores.

A filosofia propagandista neoliberal criou um Frankenstein Social, o qual é chamado atualmente de pobre de direita. Esse fenômeno bizarro nomeado de pobre de direita é simples de ser entendido quando se percebe que ele sofre de um misto de Síndrome de Estocolmo e de Sadomasoquismo, pois ele se coloca a favor daqueles que:

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- Sacrificaram a vida de seus pais;

- Estão sacrificando as suas vidas;

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- E sacrificarão a vida de seus filhos.

Ou seja, o pobre de direita tem prazer em ver os seus ascendentes e os seus descendentes sacrificados. Aí está o sadismo. Ao mesmo tempo tem prazer em ser sacrificado também. Aí está o masoquismo. A Síndrome de Estocolmo fica clara pela paixão do pobre de direita pelos que sacrificam toda a sua cadeia genética, incluído aí a sua própria vida. É importante dizer que esta designação conhecida como classe média (baixa, média ou alta) é uma verdadeira cortina de fumaça para os pobres, os quais devido a sua Aporofobia se recusam a ser identificados como sendo pobres.

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Para deixar bem claro para as classes médias brasileiras, as quais se negam a enxergar o óbvio, pergunto: Para que serve todo e qualquer projeto e programa de inclusão social? É uma tentativa de evitar que nossos filhos sofram algum tipo de violência quando saírem na rua. Mas por que isso? Simples! Quando os nossos filhos têm todas as oportunidades e o filho do vizinho não tem nenhuma, então a conta vai chegar um dia. Todas as mazelas sociais têm raiz na imensa desigualdade em que estamos inseridos, onde pouquíssimos têm acesso à vida com todas as oportunidade e prazeres garantidos e a extrema maioria não tem acesso nem a sobrevivência. Todos nós estamos pagando esse alto preço da cruel desigualdade social. Só não vê isso quem se nega a enxergar.

Sabe quando você ouve: “Roubaram o tênis de um adolescente e o assassinaram”; ou “Fulano foi vítima de sequestro relâmpago”; ou ainda
“O GPS o induziu a errar o caminho. O conduziu para uma favela. Foi assassinado”. Todas essas vítimas são filhos das chamadas classes médias. Esse é o caminho que estamos seguindo devido ao aumento da desigualdade. Quando você condena uma população a pobreza, a população se vira, seja lá como for. Ou você acha que quem está comendo osso está com um sorriso nos lábios e emanando paz e amor para a sociedade? É assim que a criminalidade aumenta. A população condenada à pobreza arruma um jeito de sobreviver. Mesmo que para isso tenha que ir para uma vida de crimes. Metaforicamente digo: Quando se nega o pedaço da pizza de direito a alguém, este mais cedo ou mais tarde vai pegar o pedaço da pizza que lhe é de direito na marra. É isso o que temos visto e constatado diariamente na sociedade. A desigualdade social aumenta e consequentemente a criminalidade também aumenta. Está cada vez mais claro e evidente que a terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, não é somente uma lei da Física, ela é também é uma lei que descreve o comportamento da sociedade.

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Mas e quanto aos ricos? Esses são bem fáceis de serem identificados. Eles aparecem na capa da revista Forbes e estão com suas finanças aplicadas nas grandes instituições financeiras, como por exemplo a BlackRock, Vanguard e State Street, as quais operam o Cassino Global das ações no planeta.  Esses estão bem protegidos com suas escoltas armadas, morando em suas mansões e até morando fora do país, colhendo os frutos da superexploração do trabalho. Vivendo uma vida repleta de opulência. O Neoliberalismo transformou os milionários em bilionários e agora os está transformando em trilionários, tudo isso através da superexploração do trabalho que aumentou a pobreza e a miséria no mundo. As classes médias sonham em participar deste mundo inatingível dos ricos, pura ilusão, pois a desigualdade está tirando dia a dia os direitos e privilégios tão sonhados e almejados pelos integrantes destas classes. Quando estes irão acordar e perceber que estamos todos no mesmo barco que está indo a pique? Nunca? Então continuarão empobrecendo e morrendo com o crescimento da violência urbana causada pela desigualdade social.

Enquanto os pobres continuarem a ser atacados e não a pobreza, a outra classe, a dos ricos, continuará a ser vitoriosa na chamada luta de classes. Como o próprio Warren Buffett (bilionário norte-americano) falou:
“Claro que há luta de classes, e é a minha classe, a dos ricos, que está lutando, e estamos vencendo”.

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É a pobreza que tem que ser atacada e erradicada. Os pobres são somente o resultado desta equação cruel da desigualdade social. Notem que eles - os ricos - sabem que existem somente duas classes na sociedade. E nós trabalhadores de forma estúpida continuamos a nos dividir. Isso tem que cessar, ou a perda dos nossos direitos sociais irá se aprofundar e assim a desigualdade aumentará de uma forma que nem somos capazes de imaginar.

Precisamos de coesão na luta para que haja uma luta mais bem sucedida do povo. Notem que nem me referi aos trabalhadores, me referi ao povo. Tem tanta gente desempregada e com trabalho precarizado que é difícil neste momento me referir somente aos trabalhadores. É preciso que o povo se identifique com as lutas do povo. Não haverá coesão na luta do povo enquanto o Capitão do Mato continuar a se identificar com o Senhor de Engenho.

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É importante conscientizar o povo de que quem vende (ou já vendeu, no caso dos desempregados e dos aposentados) sua força de trabalho para sobreviver, então é parte dos pobres da sociedade. Você pode se nomear de classe média - alta, média, baixa, A, B, C, D, E, ou qualquer outra letra - mas continuará sendo pobre.

Essa unificação da luta do povo é necessária para que os direitos que nos são merecidos sejam reconquistados e ampliados. Como já disse anteriormente Mino Carta: “Bobagem pensar em mudança verdadeira sem escorrer sangue na calçada.” Não adianta esperar somente por uma luta institucional, a mobilização popular é de extrema importância. Nenhuma conquista de direitos para o povo foi conseguida sem luta. Lutemos então! É o que nos resta. E o que devemos fazer.

Fazendo uma adaptação de um slogan revolucionário de um famoso manifesto, concluo e conclamo:

Pobres de todos os países, uni-vos!

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