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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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A resposta ao general no recado dos “nenhum”

Lula e Bolsonaro lideram longe dos outros na pesquisa espontânea, reforça o colunista Ricardo Cappelli, acrescentando que "sem Lula, brancos, nulos, não sabe e não respondeu somam 41% dos eleitores"; "Com 41% de votos para 'nenhum' não é exagero imaginar um pleito com mais de 50% de 'não votos'. Numa disputa entre os pólos que carregam as maiores rejeições, num cenário de radicalização, a soma de brancos, nulos e abstenções pode ser a 'vencedora'", afirma

A resposta ao general no recado dos “nenhum” (Foto: Esq.: Stuckert / Meio: ABR / Dir.: Marcelo Camargo - ABR)
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A estratégia do PT e de Bolsonaro de empurrar a disputa eleitoral para os extremos vêm alcançando êxito até aqui. Um escolheu o outro como adversário preferencial no segundo turno.

A pesquisa IBOPE ilustra este resultado e traz as possíveis conseqüências deste cenário.

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Lula, não necessariamente o PT, tem 1/3 do eleitorado ao seu lado. E tem também cerca de 1/3 de rejeição. Bolsonaro varia entre 15 e 17%, e também tem cerca de 1/3 do eleitorado rejeitando-o. Com Lula, Bolsonaro é o segundo. Sem Lula, Bolsonaro lidera.

Lideram longe dos outros na pesquisa espontânea. Os dois empatam como campeões de rejeição. Características típicas de pólos.

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Sem Lula, brancos, nulos, não sabe e não respondeu somam 41% dos eleitores. O PT interpreta afirmando que isso se deve ao fato de não ficar claro para o eleitor quem é o candidato do ex-presidente na sua ausência. O partido rechaça hoje qualquer plano B.

É uma hipótese. Na mesma época em 2014, com Dilma já lançada como a candidata de Lula, essa mesmo contingente era de apenas 21% do eleitorado.

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A outra hipótese é que o eleitor de Lula seja bem mais amplo que o eleitor do PT. Neste caso, considerando que o ex-presidente na atual conjuntura transferira 50% de seus votos, uma transferência extraordinária, seu candidato provavelmente estaria no segundo turno com cerca de 16% dos votos.

O resto do eleitorado lulista, sem Lula, rejeitaria todos. Com 41% de votos para "nenhum" não é exagero imaginar um pleito com mais de 50% de "não votos". Numa disputa entre os pólos que carregam as maiores rejeições, num cenário de radicalização, a soma de brancos, nulos e abstenções pode ser a "vencedora".

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Nas recentes eleições suplementares do Amazonas e do Tocantins este fenômeno se manifestou. O "não voto" saiu vencedor. Alguns afirmam que isto é normal em eleições suplementares, onde o povo terá que votar novamente logo depois.

Considerando os arranjos partidários de hoje, uma disputa entre o plano B do PT e Bolsonaro é não apenas possível como provável.

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Alckmin patina tamponado por Álvaro Dias, Bolsonaro e com a Lava Jato nos seus calcanhares.

Ciro luta desesperadamente por apoios partidários que o coloquem no jogo.

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Os números parecem indicar que o eleitor médio rejeita os pólos, e que pode decidir não participar das eleições caso o desfecho seja este.

Teríamos neste caso um presidente eleito com menos de 1/3 dos votos. Bolsonaro hoje tem 17% no cenário sem Lula. Supondo 50% de "não votos", teria que conquistar apenas mais 9% dos eleitores para se sagrar Presidente da República com 26%. Esta é a conta que orienta sua estratégia.

Sem construir pontes com os eleitores médios, apostando na radicalização, dificilmente o país conseguirá sair da enorme crise em que está metido. Um presidente, seja ele quem for, legitimado por apenas 1/4 dos eleitores recolocará o Brasil nos trilhos?

Pouco antes de ser preso novamente de forma absurda, participei de um jantar com Zé Dirceu, um dos generais da esquerda brasileira. Ele abriu a conversa com uma pergunta:

"Vocês acham que a crise institucional está acabando ou apenas começando?"

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