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Luis Cosme Pinto

Luis Cosme Pinto é carioca de Vila Isabel e vive em São Paulo. Tem 61 anos de idade e 35 de jornalismo. As crônicas que assina nascem em botecos e esquinas onde perambula em busca de histórias do dia a dia.

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Almofadinha de amor

Petí (Foto: Arquivo pessoal)
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Convido você a ler a carta da minha filha Luisa em homenagem ao Petí, também chamado de Pê ou Pepe. O shitzu mais simpático do universo, amigo de uma vida, se despediu há um mês, pouco depois de completar 15 anos.

Pepe minha almofadinha de amor. te amo pra sempre.

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Chegou em meu aniversário de 15 anos, um pequeno ser de topetinho branco.

Doce e carinhoso só queria amor e companhia. Mudou minha vida.

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Estava tão desamparada e de repente tinha um amigo pra cuidar. Encantador, tão fofinho, escorregava no chão de taco, tinha muita energia mas era tranquilo, gostava de correr.

Brincava no térreo do prédio - que não combinava contigo pelo excesso de concreto, mas tinha um canteiro onde você corria na grama que era meio alta; só ficava o topetinho floco-de-neve e o caracol do rabicho saltitando pra fora do verde, meu baixinho dançarino.

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Pê, você foi enchendo minha vida de amor e cor. Todo dia quando acordava você me recebia com alegria pura e genuína. Era como se você dissesse por luzes: “bom diaaa, estou muito feliz que acordei e você também”

Espontâneo e generoso fez muitos amigos queridos durante esses anos, alguns são especiais e te têm no coração, porque você nos lembra como a vida é encantadora.

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Quando bebê, você chorava na hora em que eu saía (eu também, no elevador).

Podia estar na angústia que fosse, mas sabia que quando voltasse pra casa seria recebida em festa. Meu guardião que ofereceu fundamento de amor pacífico me fez companhia em silêncio, aqueceu e amansou minha vida.

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Atravessei períodos depressivos, ansiosos, confusos e distantes e por mais longe que estivesse, de repente...[LC1] êpa! quem era? essa bolota de amor preto e branco me olhando. De dentro de seus olhos emergia esse amor tão vero como um cristal d'água. Entre choros cansados, seu olhar promoveu sorrisos surpresos e sinceros, tamanha sua doçura e compreensão.

Você me guardou, ensinou que meu amor é infinito e natural. Foi me ensinando que esse amor é manso e tranquilo por mais intenso e profundo, me encorajando a seguir meu coração e confiar no que sinto. Me viu insistir na recusa de introjetar seus ensinamentos, testemunhou todos os meus estados de espírito e de corpo; todos os tropeços, me viu em fiapos e nunca balançou.

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Nesse pequeno animal eu vi e vivi o que não sei explicar, aprendi a confiar no mistério. Dentro de você, um ursinho de desenho animado, está contida a força e sabedoria da natureza.

Minha paz, também meu lembrete agudo de cronos. Quase me matou de susto algumas vezes e foi um verdadeiro guerreiro, superando todos os B.Os. e expectativas dos veterinários. Eu pedi pra você aguentar mais um pouco, tinha medo e você não, aguentou e venceu até aqui. Não teria conseguido passar por esses últimos dois anos se você tivesse morrido. Por isso, quero que você faça uma passagem abençoada, linda e tranquila.

Iluminada pela beleza da sua bondade.

Você está partindo e eu vou continuar aqui

Pe, não consigo dizer o quanto sou grata pela sua companhia e seus ensinamentos silenciosos, mas consigo sentir e vou me apegar a isso para desapegar da sua matéria.

Como seria capaz de expressar minha gratidão pelo seu amor, sua força e sua proteção?

Você é tão forte! Guardar o que você me deu, me guiar pelo que você me ensina.

Sou protegida e se sei proteger você me ensinou porque me viu de alma nua. Nos vimos.

Você tá morrendo agora, seu preto e seu branco estão formando o cinza, a cor do amor de Mateus Aleluia, cor do mistério, do fundo da linha do horizonte, do fim e do início em cor.

O amor há de renascer das cinzas, Mesmo depois de partir, brilharás colorido dentro aqui.

*Luisa Mello de Vasconcellos Pinto é astróloga e editora de vídeos. A carta foi escrita pouco antes da morte do Petí, em 23/04/2023.

*Você encontra as crônicas de Luis Cosme Pinto no livro Birinaites, Catiripapos e Borogodó, da Kotter.

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