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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Bolsonaro e o Bobo da Corte que virou rei

Tamanha é a ignorância cognitiva, instrumental, sociológica, estrutural e até política desse homem que ocupa o maior posto da República brasileira que a cada fala que daquela boca sai, o Brasil perde bilhões de reais em investimentos oriundos de nossos (ex-)parceiros comerciais

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Jamais deveríamos ter vergonha do Brasil. É um país lindo, de uma extraordinária cultura (que, mesmo com seus defeitos, os vícios que teimam tentar afogar as virtudes, sempre nos superemos). Entretanto, podemos ter vergonha das pontualidades controversas de nossa história. E Bolsonaro é, sem dúvidas, um dos maiores motivos da vergonha histórica-alheia para o brasileiro de contextualização racional-política.

Quando me refiro ao conteúdo racional-político não menosprezo os outros (não somos melhores, nem piores). Apenas aporto à reflexão a ausência de uma cognição social que possa (pudesse) ajudar o povo brasileiro a perceber em qual encrenca nos metemos ao eleger esse déspota.

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Tamanha é a ignorância cognitiva, instrumental, sociológica, estrutural e até política desse homem que ocupa o maior posto da República brasileira que a cada fala que daquela boca sai, o Brasil perde bilhões de reais em investimentos oriundos de nossos (ex-)parceiros comerciais; perde o respeito internacional de povos que passaram a nos admirar; perde o pudor mínimo nas interrelações domésticas com seus atos bem pouco republicanos. Aliás, cada gesto de Bolsonaro e seu governo de "meninos maluquinhos", mais parecemos viver dentro do estúdio de gravação de um filme de pornochanchada dos mais clichês e patéticos que pudesse ser produzido por algum cineasta frustrado.

Estamos no limbo gótico de uma "rave" alucinada, e ébrios de qualquer esperança lógica de salvação ao País. É lugar de doido esse atual Brasil.

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Porém, como não poderia sê-lo? Ora, elegemos um deputadozinho de quinta categoria [1] do chamado "baixo clero" (como são apelidados os parlamentares que têm influência quase zero) no Congresso Nacional. Elegemos um "comédia" que não fosse as fake news e as articulações de milicianos que o cercavam, jamais teria sido reeleito deputado por 6 mandatos consecutivos para mamar nas tetas do povo por tanto tempo. (Vejam: 28 anos como congressista e nenhum projeto útil ele apresentou ao País.)

Elegemos um homem sem um Programa de Governo. Sem ideias para tirar o Brasil da crise. Sem criatividade e competência para governar uma das maiores economias do Planeta. Sem propostas concretas ao desenvolvimento de sua gente. Sem qualquer, repito, qualquer capacidade elaboradora, condição sine qua non para um Chefe de Governo e de Estado.

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Elegemos um ser não-ser humano: que deseja que homossexuais sejam jogados para fora do convívio social (tipo na Idade Média, em que os leprosos viviam fora dos muros das cidades); que os negros tenham menos oportunidades (de trabalho e de universidade) que os brancos (tipo no tempo da escravidão); que as mulheres sejam submissas aos homens (tipo no tempo da minha bisavó); que os pobres não tenham direito à aposentaria digna; que a polícia mate à vontade qualquer favelado e depois pergunte se era ou não um trabalhador (tipo no tempo do Temer). Isso não te faz pensar que Bolsonaro governo para trás, para voltar o Brasil a ser Colônia?

Bolsonaro vibra, tem emoções sexuais, prazer estranho quando um catador leva alguns dos 80 tiros que são direcionados a um artista que o crime que cometera foi o de passear livremente numa rua da cidade maravilhosa. (Ah, como era bom ser livre!)

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Elegemos um fanfarrão que se diverte em jantares ridículos com uso do dinheiro público nas várias cidades do mundo. Um lunático – que governa pela semiótica do ermo dantesco – que acha que relações internacionais é tirar fotos deslumbradas com Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca, ou com Benjamin Netanyahu beijando o Muro das Lamentações em Jerusalém.

(Parêntese necessário. Se soubéssemos que esse tipo de gente queria apenas se divertir tirando fotos pelo mundo – e não trabalhar de verdade – seria melhor que fizemos uma "vaquinha" na internet e pagássemos as viagens desse aventureiro. Mas não dar tanto poder a alguém que não sabe a dimensão que é o cargo de Presidente da República do Brasil.)

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Elegemos Bolsonaro, um Bobo da Corte que produz discursos "divertidos" que agradam tolos. Um Presidente que governa vidrado nas Redes Sociais (Twitter, Facebook) parecendo um adolescente na puberdade procurando "gatinhas" para flertar, ou curtindo o novo penteado – de outro medíocre – do Neymar. Um encantador de galinhas com suas narrativas anti isso, anti aquilo, e que de produtivo somente podemos considerar a capacidade de fabricar mentiras absolutistas que transcendem verdades fáticas e derivam uma realidade virtual escrota[2] inimaginável para uma Nação que, nos últimos anos, liderava os BRICS e (des)polarizava o mundo para uma nova geopolítica.

Para falar a verdade, essa realidade mórbida é tão inacreditável (a República do Absurdo) que imagino que as pessoas não reagem porque acham estarem dentro de um pesadelo, e essa espécie de filme de terror alocado no inconsciente humano acabará tão logo venha o amanhecer. Enquanto isso, resta-nos ou chorar de dó do País, ou rir desse Bobo da Corte que (se acha) virou rei.

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Só espero que sobre risos intergeracionais, ou seremos os culpados pelo fim de uma civilização até então bastante simpática e promissora.

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[1] Lamento falar com essa indelicadeza. Não gosto de ser deselegante com meus trabalhos. Contudo, chegamos no limite do tolerável. Bolsonaro vai acabar com esse País se não começarmos a apelar de verdade com sua política e suas falácias. Retroceder o Brasil 100 anos significa acabar com o futuro de nossos filhos, netos e todos aqueles que ainda não nasceram e têm o mesmo direito que tivemos a uma Pátria.

[2] Novamente, desculpe-me o palavreado.

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