Brasil sai do Mapa da Fome; Gaza sai do Mapa…
Necessitamos usar todas as “armas” para ajudar aquele povo a também sair do Mapa da Fome, antes que Gaza, infelizmente, saia do Mapa… Mundi!
Por mais alegres que fiquemos com a notícia deste 28 de julho que o Brasil foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) saído do Mapa da Fome, não temos como não nos solidarizar com um povo que sofre o pior genocídio da era contemporânea: os palestinos, que estão sendo dizimados por Israel, seja por suas armas de alta tecnologia, seja pela mais arcaica das armas: a fome!
Israel assassina bebês, crianças outras, mulheres e idosos pela agrura da desnutrição. Somente nas últimas 24 horas, 14 pessoas morreram por falta de alimento. E não há qualquer pudor de um mundo cínico que assiste a tudo isso sem realizar um ato concreto para o fim do ataque de uma nação com exército a um povo sem exército.
O nome disso é, indubitavelmente, genocídio. E o irônico é imaginar que este outro povo, os judeus, foram escravizados pelo Egito entre 1.700 e 1.300 a.C.; também tornados sujeitos cativos pela Babilônia (Iraque) por volta de 586 a.C.; dominados por Roma no tempo de Cristo; e mais recentemente (1939-45) sofreram com a perseguição e assassinatos em massa praticados pelos alemães nazistas, lutaram para ter direito a uma terra, ao pão e à liberdade, e hoje praticam a seus vizinhos absolutamente todo o mal que sofreram outrora. O que aprenderam com tanta dor e sofrimento a sua gente e sua história: os mecanismos para oprimir?
Por mais estranho que possa parecer traçar este contraste entre a formidável notícia do Brasil que celebra sua vitória sobre a pior miséria humana, e a caótica informação que Israel não pretende cessar sua brutalidade até que tenha exterminado cada palestino, o fato é que na era do governo Bolsonaro, nosso povo se viu desesperado, catando restos de comida em caminhões de lixo (imagens viralizaram à época), ou lutando por carcaças de ossos em filas quilométricas de açougues que as doavam, ou vendiam por menor valor. Sofremos ao ver a dor de nossos compatriotas (33 milhões de pessoas sem ter o que comer – quase – todos os dias) e lutamos para trazer novamente ao Palácio do Planalto aquele que já houvera tirado o Brasil do Mapa da Fome uma primeira vez: Lula, que em seu primeiro governo (2003-2006) tornou-se herói para milhões de famintos deste país. Logo, sabemos o que enfrenta o povo palestino: esta guerra – contra a fome – é nossa experiência.
Aproveitando a experiência de nosso país e a liderança solidária de Lula que tem, inclusive, sido uma das poucas vozes em defesa da Palestina, o fato é que necessitamos usar todas as “armas” para ajudar aquele povo a também sair do Mapa da Fome, antes que Gaza, infelizmente, saia do Mapa… Mundi!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

