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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Carta a um amigo que disse que empresário é mais importante que trabalhador

Quem sustenta o capital é o trabalhador. Sem esse trabalhador, o vagabundo (do tipo que citei, o Grande, o Mega empresário) jamais continuaria tendo mais capital. Então respeite o trabalhador como essencial

Quem sustenta o capital é o trabalhador. Sem esse trabalhador, o vagabundo (do tipo que citei, o Grande, o Mega empresário) jamais continuaria tendo mais capital. Então respeite o trabalhador como essencial (Foto: Marconi Moura de Lima Burum)
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Prezado Habrain, perdoe-me falar do que não entendo. Vamos separar EMPRESÁRIOS... (eu não o fiz antes; faço agora)... O Micro, o Pequeno, mesmo o Médio... esses geram empregos e pagam impostos, produzem; ajudam o País. São mais que merecedores de uma atenção especial das NORMAS em sentido de - também - lhes ajudar, assim como aos trabalhadores. Já o Grande, o Mega empresário... na maioria, uns desgraçados sonegadores impostos, e que priorizam investir na Bolsa de Valores e, ao invés de produz mais, preferem ganhar “Renda” (são rentistas).

Então, meu velho, não me venha com essa de Empresário é a solução, e o problema do Brasil é o Trabalhador.

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Deixa eu te dizer mais uma coisa, Habrain. Se a vida tivesse me dado Grana (Capital); ou seja: ganhei na Mega da Virada; meu papai me deixou aquela Herança; fui "agraciado" com alguma exploração (roubei) a terra de alguém... enfim, tenho a Grana, eu também seria "Empresário". Mas onde está mesmo o meu mérito? Onde está a minha condição de "melhor" que o trabalhador? Quem sustenta o meu Capital é o trabalhador. Sem esse trabalhador, o vagabundo (do tipo que citei acima, o Grande, o Mega) jamais continuaria tendo mais Capital. Então respeite o Trabalhador como essencial, mestre.

Sim, Habrain, é importante que eu retire de minha crítica o carinha - alguns poucos - que começaram bem de baixo e foram crescendo, crescendo e crescendo honestamente, e se tornaram empresários “do bem”. Contudo, mesmo ele, só continuará crescendo e crescendo se houver o quê? Um TRABALHADOR a lhe servir.

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Em síntese, Habrain, a INSEGURANÇA. Essa é a questão posta nessa mal fadada “Deforma Trabalhista”. Trata-se de uma Reforma feita para o "peso" da caneta do patrão. Não sou contra o Desenvolvimento e a Modernização. Sou contra fragilizar as relações entre quem tem a FORÇA (grana, poder do salário e da demissão) e quem tem somente o TRABALHO tem (antes, com alguma segurança jurídica de negociação melhor equacionada).

No mais, volto a te dizer: todo este País precisa ser Reformado. Há coisas do arcaísmo que ainda nos são nossa única fonte societária, e tanto nos atrasa enquanto civilização. Mas Reformas, querido Habrain, somente podem ocorrer, quando são deliberadas após amplo debate com as PARTES interessadas. Nesse caso, o TRABALHADOR sequer teve a chance de um diálogo franco com seus Representantes (Deputados). Ou seja: é a FORÇA do dominador; sobre o RESPIRAR do dominado.

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Finalmente, Habrain, compreendo que tu defende a todo custo o chamado “Estado Mínimo”, em cuja centralidade está no investimento empresarial e em seu “controle” sobre o conteúdo e o contexto nacional. E tu apresentas a Europa e os EUA como bons exemplos de sucesso em que o empresário foi quem “resolveu” a vida das pessoas daqueles territórios.

Opa, querido! Com ressalvas, digo que foi assim. Não nego o que tu fala em certos pontos. Apenas obstruo o excesso. São processos Políticos e Civilizatórios como um todo. Não se trata de "Empresários Salvadores" de uma nação. A Europa se construiu em milênios de guerras, dor, sofrimento e miséria. Os EUA, por um modelo específico de colonização, escolheu um outro arranjo civilizatório. Além disso, têm suas mazelas (que não são poucas).

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Quanto a Estado Mínimo: mestre, trata-se de um recorte econômico impondo-se sobre a matriz política; o sistema. O desenvolvimento de um povo não passa somente por economia. De que adianta Estado Mínimo com tanta Desigualdade Econômica? A Distribuição de Renda no Brasil é das piores do Planeta. Pobres, a esmagadora maioria dos 204 milhões de brasileiros, sofrem ou morrem amíngua; ricos, os poucos espalhados em suas “ilhas” de prazer, cada vez mais ricos. E o Estado: para onde foi (irá)? Para o esgoto da História e da Sociologia, assim estudadas nas universidades [da elite]. Outra coisa: com esse Círculo Vicioso Eleitoral, em que pese, Empresários (parte, corruptos), Eleitores (parte, corruptos) e Políticos (vixe!, a maior parte, corruptos), desculpe, mas está longe de ser o Estado Social o problema desse País. O cerne da nossa desgraça é o Conteúdo Civilizatório que escolhemos desde que Pedro Cabral chegou em 1.500, e que nós nunca mais abdicamos dessa cultura do “toma lá; dá cá”; do “pagando bem, que mal tem?”.

Portanto, prestigioso Habrain, meu amigo, ou nos unimos na luta comum de todos nós, por nossos filhos e pelas gerações vindouras; e mesmo por nós que corremos gritante risco de perdermos tudo “jazinho” a partir desse Congresso Nacional de maioria canalha, subalternos das grandes elites e da imprensa medíocre que têm no comando do País um boneco ridículo de ventríloquo chamado Michel Temer; ou vamos às Manifestações legítimas em que centenas de segmentos sérios como a CNBB, Entidades Evangélicas, Centrais Sindicais de respeito, Universidades, ONGs, e tantas mais; ou nos unimos a essa boa gente por esse País; por nossos Direitos Sociais que estão indo para o ralo da História, ou haveremos (Pequenos Empresários, Trabalhadores, todos) de sentir vergonha de olhar no rosto de nossos netos e entregar-lhes esse Brasil destruído para todos.

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Saudações! E à luta!

(Com adaptações para o artigo. Esse foi um diálogo realizado por meio das redes sociais com um amigo - que em respeito - trago com pseudônimo, mas que se reporta à minha defesa aos trabalhadores brasileiros... e à Greve Geral histórica do dia 28/04/17. )

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