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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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Ciro, Moro e Doria dependem do imponderável

"Sem fazer juízo de valor sobre as demais candidaturas, tudo indica que a polarização atual entre Lula e Bolsonaro será mantida", diz Renato Cappelli

Ciro Gomes, Sergio Moro e João Doria (Foto: Reuters | GovSP)
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Por Ricardo Cappelli

Desde a redemocratização, o país está dividido entre dois polos. Em 1989, Collor ocupou o campo azul, enquanto Lula e Brizola lutaram por um lugar entre os vermelhos.

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Deu Lula, e nos últimos 30 anos o PT teve lugar cativo como primeiro ou segundo colocado nas eleições presidenciais. A efemeridade do “Caçador de Marajás” foi substituída rapidamente por um PSDB de centro-direita. Das oito eleições nacionais, seis foram disputadas entre o PT e o PSDB.

Até 2018, vários atores tentaram quebrar essa polarização sem sucesso. Só houve alteração quando a Lava Jato engoliu o sistema político e arrastou o PSDB - que chegou a imaginar que seria catapultado.

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A eleição de Bolsonaro marcou uma alteração estrutural na política nacional. A chegada da extrema-direita ao poder reorganizou o tabuleiro. O capitão resgatou o orgulho conservador no Brasil e tomou o lugar dos azuis para si, estabelecendo uma nova polarização.

Os dados das redes sociais reforçam esta leitura. Tendo como referência apenas as duas redes que mais crescem no Brasil - o Facebook vive um processo de estagnação -, a tendência parece cristalina. 

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No Twitter, do início de dezembro para cá, Lula ganhou aproximadamente 120 mil novos seguidores, Bolsonaro conquistou 61 mil, Ciro ganhou 18 mil, Doria apenas 8 mil e Moro somente 4 mil.

No Instagram, a rede que mais cresce, a distância é ainda maior. Lula ganhou 302 mil novos seguidores no mesmo período, Bolsonaro atraiu 93 mil perfis, Moro ganhou apenas 5 mil, Ciro pouco mais de 3 mil, e Doria conseguiu perder inacreditáveis 6 mil seguidores.

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Quando utilizamos o critério de menções nas redes, Bolsonaro e Lula também lideram muito distante dos demais. As redes definem tudo? Claro que não, mas... 

Vivemos a era da comunicação de massa customizada, o que dificulta ainda mais a vida dos que buscam “a ponderação do caminho do meio”. Se antes a comunicação empurrava a política para o centro pela necessidade de uma mesma mensagem ter que agradar a maior parcela possível do eleitorado, hoje ela faz exatamente o contrário.

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As novas maiorias são coletivos de bolhas superaquecidas. A disputa não é mais pelo alcance através da “ponderação elástica da comunicação”. No celular que recebe milhares de mensagens por minuto, a disputa é pela atenção do indivíduo. 

Como atrair a atenção? Quanto mais excitante a mensagem, maior a probabilidade de ser pinçada e vista no mar particular de cada smartphone. O objetivo da mediação foi substituído pela necessidade da excitação, daí a prevalência dos polos. Esta é a mensagem dos novos meios (sim, McLuhan na veia).  

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Sem fazer juízo de valor sobre as demais candidaturas, tudo indica que a polarização atual entre Lula e Bolsonaro será mantida. A não ser que o imponderável venha nos visitar novamente. Ele gosta muito de frequentar a jovem democracia brasileira.

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