Como as democracias vivem
O povo grita nas ruas: “Sem anistia!”. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
As manifestações que tomaram as cidades brasileiras no 22/09 mandaram um recado direto aos parlamentares, especificamente aos que legislam em causa própria, quando lembraram às suas excelências que “mais fortes são os poderes do povo” e que nenhuma forma de blindar e/ou anistiar a bandidagem do 08/01 será aceita. O domingo, 22 de setembro de 2025, entrou para a história como o dia em que o povo brasileiro foi às ruas dizer que não aceita a PEC da Blindagem e que também recusa qualquer forma de anistia (mesmo camuflada de “dosimetria”) aos criminosos que depredaram o patrimônio público, planejaram assassinar o presidente eleito em 2022 e tentaram, por meio de um golpe de estado, se manter no poder.
A alma encantadora do povo brasileiro nas ruas do país no último domingo libertou a “palavra presa na garganta”, gritando e cantando em alto e bom som, que o pulso da democracia brasileira ainda pulsa. Nesse contexto, cabe perguntar: o que os partidos tidos como progressistas farão com seus deputados que, vergonhosamente, votaram a favor da PEC da Blindagem? Claro está que tais parlamentares precisam ser chamados para as conversas, uma vez ser inaceitável que um político que se diz progressista, seja conivente com tamanha imoralidade. Por enquanto, tais partidos estão “se fazendo de loucos”, como se o acontecido fosse algo menor, quando não é, e a cobrança por um posicionamento desses partidos também consta nas exigências de todo cidadão e cidadã que foi às ruas no domingo, 22.
As manifestações de domingo serviram, entre inúmeras outras coisas, para demonstrar como as democracias vivem. E não há nada mais belo na democracia do que o povo na rua, exigindo que seu voto seja respeitado. Muitos extremistas dormiram em desespero e continuam se debatendo por aí, pois sabem que não há escapatória para os crimes que os ídolos da “massa cheirosa” cometeram. A justiça fez a sua parte e agora cabe ao povo, como demonstrado no domingo, respaldar a decisão e exigir que ela seja mantida, sem espaço para esse cansativo mimimi de “coitadinhos, vendedores de pipoca e sorvete”, o que nos faz lembrar uma canção da genial Angela Ro Ro: “Coitadinha, Bem feito!”.
E por falar em Ro Ro, a voz rouca das ruas representada por famosos e anônimos avisou aos parlamentares para ficarem espertos. As eleições se aproximam e o tiro de escopeta que deputados e deputadas deram nos próprios pés não se reproduziu no Senado que, por unanimidade, derrotou a malfadada PEC da Bandidagem. Sepultada a PEC, agora é hora de enterrar também seu irmão siamês, o PL da anistia/dosimetria, sem que se perca tempo com essa conversa fiada de “pacto republicano” e “pacificação do país”. A sociedade brasileira está atenta. O povo grita nas ruas: “Sem anistia!”. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.



