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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.

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Covardão é indiciado por 'esquentar' cartão de vacina da Covid

“Para fugir para os EUA e aguardar o desfecho do fracassado golpe, Bolsonaro mandou Mauro Cid falsificar registro de vacina contra Covid”, escreve Aquiles Lins

Jair Bolsonaro e vacina (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | REUTERS/Yves Herman)
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A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o caso de falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19 e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. Junto a Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) também foram indiciados pelos mesmos crimes, com Cid enfrentando ainda acusações adicionais por uso indevido de documento falso. O crime de Bolsonaro ocorreu em meio às restrições provocadas pela pandemia de Covid-19. 

Antes de virar o “covardão” que planejou o golpe de 8 de janeiro e fugiu para os Estados Unidos, como cunhou o presidente Lula nesta segunda-feira (19), Bolsonaro foi negacionista, atrasou a compra de vacinas contra a Covid; incentivou a população a não se vacinar; espalhou fake news sobre os imunizantes; estimulou tratamentos sem comprovação científica, como a cloroquina; debochou das vítimas que morreram sufocadas sem oxigênio em Manaus. Pelas investigações da Polícia Federal na Operação Venire, Bolsonaro já tinha o plano de fugir para os Estados Unidos para não passar a faixa presidencial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e na expectativa de que a intentona golpista que explodiu e fracassou em 8 de janeiro fornecesse condições para ele retornar ao cargo contra a vontade da maioria da população. 

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Como não poderia entrar e permanecer nos Estados Unidos sem comprovação de vacinação, Bolsonaro falsificou seus registros de vacina, segundo as investigações da PF. No dia 21 de dezembro de 2022, registros de aplicação de duas doses da vacina Pfizer contra a Covid-19 foram incluídos no prontuário de Bolsonaro no ConecteSUS, permitindo assim a emissão de um comprovante de imunização. Segundo a Polícia Federal, o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid Barbosa, era responsável pelo cadastro do ex-presidente no ConecteSUS. Os acessos à plataforma foram feitos através de um computador atribuído a Cid. Bolsonaro teria recebido a primeira dose em 13 de agosto de 2022, seguida pela segunda dose em 14 de outubro do mesmo ano, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ). Em 27 de dezembro, uma semana após a inserção dos dados, os registros de vacinação foram removidos do sistema. 

Cid admitiu a sua participação no esquema e apontou Bolsonaro como o mandante. O ex-chefe do Executivo pediu que os cartões dele e da sua filha, Laura, de 13 anos, fossem fraudados. Segundo o tenente-coronel, os documentos fraudados foram impressos e entregues em mãos ao ex-presidente para que ele usasse quando “achasse conveniente”. O indiciamento de Jair Bolsonaro encerra a fase investigativa da Polícia Federal. Agora, cabe ao Ministério Público Federal decidir se irá apresentar denúncia à Justiça ou se arquivará o inquérito. As penalidades para o crime de associação criminosa é de 1 a 3 anos de prisão, enquanto a inserção de dados falsos em sistema de informações pode levar a penas que variam de 2 a 12 anos de reclusão.

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Embora tipificado no Código Penal, a falsificação do cartão de vacina não está entre os maiores crimes de Bolsonaro. No entanto, este inquérito terá seu capítulo na história da condenação e prisão do ex-presidente da extrema-direita, que está sendo escrito. Foi a partir da prisão de Mauro Cid e das buscas e apreensões realizadas no âmbito da Operação Venire que a PF encontrou elementos da organização dos atos golpistas de 8 de janeiro. A tentativa de golpe contra a democracia e as mortes causadas pela pandemia são os maiores crimes de Bolsonaro.

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