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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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De crise em crise!

Por aqui, o drama segue com o conservadorismo econômico "levyano" evidentemente com o visto de Dilma Rousseff e, dessa forma, as tão sonhadas possibilidades de redefinição do modelo de desenvolvimento brasileiro

Por aqui, o drama segue com o conservadorismo econômico "levyano" evidentemente com o visto de Dilma Rousseff e, dessa forma, as tão sonhadas possibilidades de redefinição do modelo de desenvolvimento brasileiro (Foto: Ângelo Cavalcante)
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A crise internacional de 2008 teve a potência de redefinir não só o sistema bancário e financeiro de todo o Ocidente, mas também e, principalmente, impôs alterações importantes para o delicado equilíbrio entre economia real e monetária. Nesse cosmos de mudanças saído da quebra, falência ou bancarrota de indivíduos empresas e países inteiros, dentre eles, o Brasil, é preciso clarificar que o mundo da política é igualmente modificado.

De fato, a prudência ensina que ninguém deve pensar que fluxos e frequências econômicas serão alterados com tal dimensão e intensidade sem modificar horizontes e comportamentos políticos, formas de representação, instituições e ademais todo o mundo da política. Não duvidem... Economia e política são as duas faces de uma única moeda.

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A atual financeirização da economia e o risco da volatilidade de capitais que capa economias inteiras, que altera padrões econômicos de regiões e localidades, que manipula culturas de produção e de trabalho em favor de atividades eminentemente especulativas é a expressão cotidiana da crise que avança firme e teimosa por quase oito anos pôr sobre o mundo.

O sensato a ser pensado e executado seria o estabelecimento de formas novas de regulação, sobretudo e, principalmente, para o setor bancário de modo a reduzir o excesso de liquidez que tomou conta da economia. O que isso quer dizer? Que fluxos monetários, por sua grandiosidade e imperiosidade rompem com as determinações da produção real; que a lógica rentista, essência e razão de ser de bancos, financeiras e grandes fundos de pensão transcendeu, arriscadamente, transcendeu aos determinantes econômicos efetivos e materiais que garantiam sustentação e reprodução para uma economia dada.

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Em nome de uma muito estranha concepção de liberalismo econômico deu-se forma para uma tipologia econômica absolutamente distinta, de nocividade irreversível e sem precedentes na história humana e o, digamos, "leviatã financeiro" saído desse estranho mundo de anomias, flexibilizações e desregulamentações é o elemento econômico definidor para o estabelecimento das atuais formas de Estado com suas interveniências frouxas e risíveis.

A trise e lamentável surpresa é que o "leviatã" nasce e se replica sobremaneira e não casualmente, nos centros do capitalismo mundial, Estados Unidos e Europa, onde, em tese, o horizonte do equilíbrio fiscal, monetário e cambial deveria ser regra essencial e norteadora às dinâmicas de reprodução e continuidade do próprio capitalismo.

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Nada disso se viu e o binômio capital/trabalho é partido em mil pedaços e destes cacos surge a periclitante questão social dos Estados Unidos com seu crescimento econômico pífio e que nem de longe, consegue estancar o flagelo do desemprego sempre crescente e, conforme se sabe, alimenta racismos, indiferenças e xenofobias.

A Europa, da mesma forma, assiste seu ousado empreendimento de integração econômica virar água a correr em direção às frias e turvas águas do Danúbio e senhora Merkel, a gerente continental, insiste na crônica receita da austeridade, do corte, da redução e da contenção e que, aplicado em doses cavalares por longos sete anos, sobretudo nas políticas sociais e nos soldos de viúvas, aposentados, estudantes e trabalhadores, tem logrado efeito nenhum na recuperação europeia.

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Por aqui, o drama segue com o conservadorismo econômico "levyano" evidentemente com o visto de Dilma Rousseff e dessa forma, as tão sonhadas possibilidades de redefinição do modelo de desenvolvimento brasileiro, essa "coisa" sócio-histórica conservadora, excludente, concentradora e sumamente dependente se mostram cada vez mais distantes e improváveis o que implica dizer que seguiremos por longo tempo como praça de valorização de capitais de curto prazo e paragem continental de cultivo de commodities de enorme impacto ambiental, de nenhum compromisso social e de muito sangue derramado. Eu diria que estamos fritos!

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