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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Desestabilizar o governo Lula neste momento pode colocar tudo a perder

O Brasil já viu este filme e os resultados foram catastróficos. Por isso mesmo, todo cuidado é pouco

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Em pouco mais de um ano de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já apresenta ao Brasil resultados significativos. O PIB cresceu três vezes mais do que se previa em 2023, o desemprego caiu ao menor nível desde 2014 e a renda dos trabalhadores registrou o maior crescimento desde o Plano Real, como aponta a manchete da Folha de S. Paulo deste domingo.

Para além das estatísticas, vários programas sociais de grande alcance foram retomados, como, por exemplo, o Minha Casa, Minha Vida, e a farmácia popular. Grandes investimentos em infraestrutura estão votando por meio do Programa de Aceleração do Crescimento e também da Petrobras, que retomou projetos cruciais, como a Refinaria Abreu e Lima. A mesma Petrobras também desempenhou papel decisivo no controle da inflação, ao implantar uma nova política comercial e reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis.

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Tudo isso foi conquistado em condições adversas e até mesmo hostis. O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não foi indicado por Lula e é herança da autonomia do Banco Central aprovada pelo Congresso Nacional durante o choque neoliberal da era Temer-Bolsonaro. O parlamento, além de conservador e reacionário, hoje é umbilicalmente ligado aos interesses do capital financeiro. E os meios de comunicação de massa parecem prontos para iniciar uma nova etapa do jornalismo de guerra contra o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores.

Por isso mesmo, os ganhos do governo Lula 3 devem ser celebrados por todas as forças comprometidas com a democracia e a soberania nacional. Lula, que governa numa situação de equilíbrio precário e está submetido a uma adversa correlação de forças, já fez muito neste seu terceiro mandato e fará mais ainda se tiver paz para governar. Isso não significa que não possa e não deva ser criticado. Aqui mesmo, no Brasil 247, há várias críticas construtivas, sobre diversos pontos, publicadas neste fim de semana. O economista Paulo Nogueira Batista Júnior, por exemplo, critica os constrangimentos ao crescimento econômico impostos pelo arcabouço fiscal. O filósofo Alysson Mascaro, por sua vez, lamenta a ausência de uma maior disputa ideológica para enfrentar a máquina cultural da extrema direita. Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, aponta como o governo cai com frequência na armadilha da guerra cultural. E estes são apenas alguns entre vários exemplos.

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Há uma diferença, no entanto, entre a crítica e a desestabilização. Da oposição liberal ou de extrema direita, é natural que surjam ataques. Praticamente todos os veículos da mídia corporativa parecem prontos para iniciar uma campanha difamatória contra a Petrobras, em razão da redução na distribuição de dividendos – que, diga-se de passagem, ainda são exagerados. A independência do Brasil na política externa é também outro alvo recorrente desta oposição alinhada aos interesses imperialistas, que sempre recorre a temas como Venezuela, Palestina, Israel, Rússia e Ucrânia para desferir ataques ao governo.

O que causa espanto, no entanto, são ataques acima do tom respeitoso e construtivo que partem de setores percebidos pela sociedade como integrantes do campo progressista. Nos últimos dias, por exemplo, houve uma clara campanha de ataque ao presidente Lula, mas que se dissimulava por meio de postagens contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin. Num tom de "eu avisei", vários influenciadores progressistas criticaram uma decisão correta de Zanin sobre a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a Covid. Zanin arquivou a ação porque ela perdeu o objeto, como explicou o professor e jurista Pedro Serrano:

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Talvez a onda de ataques seja apenas reflexo dos tempos atuais, em que qualquer pessoa nas redes sociais se considera apta a comentar sobre qualquer assunto. Mas talvez seja também parte de algo maior: um movimento corrosivo na internet que tenha como objetivo desgastar o presidente Lula pela direita, pelo centro e até mesmo pela esquerda. Um movimento de espectro total. O Brasil já assistiu a este filme nas chamadas "jornadas de junho", quando a presidente Dilma Rousseff, que havia alcançado o pleno emprego na economia brasileira, era atacada por todos os lados. Os resultados, como todos sabem, foram catastróficos. Com a queda de Dilma, voltaram a fome, a miséria e o entreguismo tomou conta do País.

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Foi por temer a repetição deste filme que, neste fim de semana, me envolvi numa pequena querela com o influenciador Felipe Neto, uma pessoa que conheço e respeito. Não somos da mesma geração e talvez por isso mesmo eu tenha dificuldade em assimilar alguns aspectos da comunicação usada pelos mais jovens – embora já não tão jovens assim. A meu ver, qualquer tentativa de desestabilização do presidente Lula neste momento joga água no moinho da extrema direita e pode colocar tudo a perder. Uma extrema direita que está assanhada e pronta para voltar com ainda mais violência na economia e na repressão ao povo brasileiro. No Congresso, preparam-se projetos para anistiar Jair Bolsonaro. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas diz que "não está nem aí" para a matança nas periferias. Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado assume que censura livros que não lê.

Todo cuidado é pouco e Lula é hoje a última linha de resistência do Brasil diante do fascismo. Os interesses econômicos são também gigantescos. Ter ou não Lula na presidência pode significar pagar R$ 100 bilhões a mais por ano em dividendos aos fundos financeiros que compõem o grupo de investidores minoritários da Petrobras. Estou com Xico Sá, que alerta para a volta do antipetismo de terceira categoria. O Brasil, não custa lembrar, é um dos países mais cobiçados do mundo. Abaixo, meu diálogo com Felipe Neto:

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