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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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Do caos à lama

Os canalhas responsáveis pelo caos que arruinou o país por quatro anos caminham agora a passos largos à lama que os espera

Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Quando o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff se concretizou, resultando na sua deposição, sabia-se que a partir dali o Brasil mergulharia em um caos só visto quando do golpe de 1964, pois é sabido que nunca acabam bem a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e seus famigerados golpes de Estado. Esse tipo de violência, planejada por incendiários intelectuais dentro das quatro linhas, digo, das quatro paredes dos gabinetes, palácios, igrejas e quartéis tem como objetivo cooptar imbecis e idiotas úteis, emporcalhando o ar com sua retórica tacanha, reacionária e criminosa na tentativa torpe de desacreditar a democracia e as Instituições. Essa foi exatamente a estratégia de sustentação do regime nazista, e foi o que tentaram colocar em prática no Brasil, aqueles que apoiaram e se beneficiaram do golpe de 2016.

Não por outra razão, mas pelo ódio ao pobre, é que as elites do atraso deste país lançaram mão de toda sua irresponsabilidade política e decidiram afundar o “Titanic Brasil”, para que apenas elas continuassem a manter seus privilégios, sua empáfia cafona, seus lucros indecentes e seu afrontoso estilo de vida em um país onde crianças gemem de fome, idosos morrem nas calçadas e adultos mendigam um emprego. Para muitas dessas pessoas é preciso, como recentemente defendeu o bilionário australiano Tim Gurner, CEO do Gurner Group: “lembrar as pessoas que elas trabalham para o empregador, não o contrário”. É necessário, continuou ele, “que haja dor na economia e que as pessoas ganham muito para fazer pouco”.  

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Na opinião deste senhor acima de qualquer suspeita, é preciso aumentar as taxas de desemprego para que os arrogantes trabalhadores voltem ao seu lugar (que lugar seria esse, hein?), com o rabinho entre as pernas. E se tais trabalhadores ousarem resistir a ponto de eleger um político que os represente e os defenda, que os eleitores e as eleitoras de tal “comunista” sejam impedidos de chegar às sessões de votação! E se mesmo assim não funcionar, nada mais a fazer se não derrubar o eleito com um golpe militar, civil-militar ou parlamentar, com tudo. Como é comum aos “cidadãos de bem”, não é que o senhor Gurner, rápido como quem rouba, se desculpou e disse que não tinha dito o que tinha dito! Na verdade, o bilionário australiano apenas externalizou o que os ricos pensam e defendem, mas que não têm coragem de falar em público. Não é difícil imaginar que no Brasil, sua fala deve ter causado arrepios e orgasmos múltiplos em muitos senhores e senhoras que pensam tal e qual e que chafurdam no caos em que transformaram o país.

O alento que se tem, enquanto ainda tentamos sair de tal caos, é que a maioria daqueles que articularam e executaram a canalhice que tomou conta do Brasil começam a ser desmascarados, expostos e chamados às responsabilidades perante a Justiça. Ainda é muito pouco, mas já bom ver o Aécio (por enquanto ainda não é aquele) condenado a puxar uma cana de dezessete anos. Melhor ainda, é ver “general com G, letra garrafal, general escrito com letras garrafais”, filhote da ditadura, esperneando e surtando numa CPMI, aprendendo de vez que o Haiti não é aqui. Os canalhas responsáveis pelo caos que arruinou o país por quatro anos caminham agora a passos largos à lama que os espera, pois como bem diz o poeta: “o beijo, amigo, é a véspera do escarro”. Enquanto isso, o Brasil, altivo, assiste ao formidável enterro dos crápulas que o vilipendiaram ainda ontem.  

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