Dossiema - parte 2
Ouvi um grito agudo, aterrorizante. Em seguida, percebi que o grito era meu. Largo tudo e me tranco no closet novamente. Que falta faz o vaso sanitário!
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Três e meia da manhã.
Não foi um barulho que me acordou, mas a falta de um: o ronco do Peçanha. Havia um silêncio sepulcral no palácio.
Chamei por ele três vezes sem obter resposta. Esperei mais quinze minutos e chamei de novo. Nada.
Uma mijada não demora tanto!
Droga! Tenho que me lembrar de mandar instalar um telefone aqui dentro do closet. E um vaso sanitário também.
Reuni coragem e, lentamente, abri a porta do closet. A cama do Peçanha ainda está armada bem ao lado do armário. Está desfeita, mas vazia.
A porta do quarto está entreaberta. Com cuidado, tento abri-la, mas algo do lado de fora está prendendo a porta.
- Peçanha! Peçanha!
Silêncio.
- Porra! Já falei que eu não gosto destas brincadeiras, Peçanha!!
Silêncio.
Tento me controlar, mas sei que tem alguma coisa errada.
Forço a porta e, com um tranco, ela abre.
O que estava prendendo a porta era um pedaço de pano. É um pedaço do pijama de camuflagem do Peçanha. Todo rasgado e com manchas de sangue.
Ouço, vindo por trás, sons de pegadas no gramado em rápida sucessão, batidas de asas e um golpe forte na vidraça do quarto.
Ouvi um grito agudo, aterrorizante. Em seguida, percebi que o grito era meu.
Largo tudo e me tranco no closet novamente. Que falta faz o vaso sanitário!
Confira o Dossiema - parte 1
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