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Ricardo Almeida

Consultor em Gestão de Projetos TIC e ativista do movimento Fronteras Culturales

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Eleições de 2020: não somos números

As forças de esquerda já obtiveram importantes avanços políticos nas eleições municipais de 2020, e a perspectiva da consolidação da Frente Democrática e Popular foi o maior deles

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É necessário dizer em alto e bom som que as forças de esquerda já obtiveram importantes avanços políticos nas eleições municipais de 2020, e que a perspectiva da consolidação da Frente Democrática e Popular foi o maior deles. Em alguns municípios os movimentos sociais tiveram um papel fundamental na consolidação das Frentes que se formaram, enquanto em outros vimos apenas articulações dos candidatos, das direções partidárias e dos marqueteiros. Isso, por si só, é motivo de muita reflexão, pois está nos deixando um legado político diferenciado em uma e outra realidade local/regional.

O importante é que o país inteiro está refletindo sobre a necessidade e a possibilidade de reunir todas as forças democráticas e populares no enfrentamento ao fascismo e ao avanço das forças conservadoras. Se por um lado a simbologia da Frente mostrou que é possível avançar, ao unificar a diversidade de propostas políticas existentes no campo democrático e popular, por outro ainda falta refletir sobre o melhor caminho (estratégia) que devemos adotar para construir uma agenda comum de lutas. 

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Percebemos que, nos municípios em que a questão nacional foi destacada, a população está desiludida com o governo Bolsonaro e vacila no apoio aos seus aliados locais. Quem considerou esse aspecto conseguiu furar as bolhas e também apaixonou a militância dos partidos e dos movimentos sociais. Como a militância é a razão da existência dos partidos, pois é ela que dialoga na base da sociedade, em busca de votos e de novos militantes, esse foi o acerto de algumas estratégias eleitorais traçadas e implementadas em São Paulo, Belém e Porto Alegre, por exemplo.

Outra questão que ainda merece uma profunda reflexão é a importância da elaboração de uma estratégia digital para as campanhas eleitorais e também para as lutas futuras. Cabe lembrar que boa parte da população estava confinada em função da pandemia e que, apesar das redes bolsonaristas estarem organizadas desde as eleições presidenciais de 2018, algumas campanhas locais ampliaram significativamente as suas áreas de influências.

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O problema é que até o momento só ouvimos análises do ponto de vista dos resultados “eleitorais”, portanto quantitativos, e que pouco se refletiu sobre os avanços organizativos e políticos. Por isso, após o resultado eleitoral deste domingo, seja ele qual for, precisamos celebrar todo e qualquer avanço político e também prestar atenção às lacunas que não foram preenchidas durante este período eleitoral. Parece que já não somos apenas “números” e, quem sabe, poderemos inaugurar um período de construção de bases sociais (presenciais e digitais) mais sólidas e orgânicas, assim como fazem os chilenos e os bolivianos, por exemplo. 

Ou seja, o nosso futuro vai passar pelo reconhecimento e pela importância que damos às organizações populares que estão vivas e, principalmente, pela criação de agendas comuns com @s prefeit@s, bancadas de vereadores e de vereadoras eleit@s, e pelo respeito à autonomia dos mandatos e das organizações de base. A nossa práxis política somente merecerá o nome de consciente, orgânica e libertária se ela superar as “caixinhas” do corporativismo e mergulhar no cenário de turbulência em que vivem os municípios, o país e o mundo.

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