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Rachel Vargas

Jornalista há 20 anos, atuou nas principais redações do país, como Correio Braziliense, Jornal de Brasília, TV Band, TV Justiça, Record TV e CNN. Há dois anos, começou a atuar em consultorias políticas e se especializou como consultora de relações institucionais e governamentais.

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Em carta, aliado critica governo Lula e diz que petista se esforça para perder reeleição

Pode parecer uma leitura dura e desproporcional, mas coincide com a análise de boa parte dos governistas

Advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (Foto: Alessandro Loyola/PSDB)

O advogado criminalista Carlos Kakay, que atuou na defesa de diversos réus incriminados pela operação lava-jato, fez um desabafo em formato de carta enviada para colegas, políticos e que, claro, reverberou por Brasília, na qual crítica a gestão 3.0 do presidente Lula. Apesar de ser um aliado do petista, Kakay afirma que da forma como está governando, Lula se esforça para perder a possível reeleição em 2026 e arrisca dizer que, se continuar no compasso atual, irá conseguir. A carta afirma que por circunstâncias diversas o Lula da terceira gestão é outro. “Não faz política, está isolado. Capturado.” 

Para contextualizar sua avaliação, ele relembra os governos passados e cita um dos mais experimentados ministros de Lula: José Dirceu. Relembra que a cozinha de Lula era integrada por um grupo que hoje não habita seu núcleo duro e que, ao contrário do que fazia nos outros dois primeiros governos, não recebe mais os velhos amigos e que teria perdido a “inigualável capacidade de seduzir, de ouvir, de olhar a cena política”. 

Pode parecer uma leitura dura e desproporcional, mas coincide com a análise de boa parte dos governistas e de aliados do presidente que, por óbvio, querem o melhor para o governo. Para muitos desses, o presidente deixou de ouvir a verdade, uma vez que parte de seu núcleo duro estaria blindando o presidente da realidade. A preocupação aparente de Kakay é sobre a combinação desse diagnóstico com as respostas das pesquisas, que apontam queda na popularidade de Lula. Esse cenário associado à ausência de um sucessor teria o potencial para devolver o Brasil nas mãos da direita. “Quero acreditar na capacidade de se reencontrar. Quem se refez depois de 580 dias preso injustamente, pode quase tudo”, pondera.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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