Eu e a máquina
Através dessa máquina aprendi a viajar pelo mundo
Convocado a prestar um vestibular fora de época e de meus 72 anos, fiquei empacado diante do lap-tap por horas a fio.
Depois de muito disfarçar para mim mesmo, decidi encarar o teclado e a tela deste lap-top cuja idade perdeu-se no tempo.
Como é fácil imaginar, sua companhia foi de extrema utilidade para meu sustento, e até para alguma prosa política junto a amigos e até companheiros e companheiras – sim, companheiros e companheiras – inseparáveis ao longo de uma existência alegre e tumultuada nesses trópicos tropicais menos tristes do que imaginavam observadores jovens demais para empreitadas muito ambiciosas junto a nosso nosso ocaso colonial.
Através dessa máquina aprendi a viajar pelo mundo, conversar com estranhos, estranhas e distantes, formulando frases e sentenças que, reconheço agora, protegiam o que me resta de lucidez em meio a tanta loucura e miséria.
E foi assom que cheguei aonde estou, mais alegre e confortável do que imaginava, pronto para mais uma. Sempre.
Alguma dúvida?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




