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Tiago Barbosa

Jornalista, pós-graduado em História e Jornalismo, com passagem por jornais de Pernambuco

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Fiança paga por Daniel Alves, com ajuda de Neymar, perpetua a violência contra as mulheres

Eleger o dinheiro como métrica da liberdade para estupro é autorizar o crime por classe e, claro, aprofundar o tratamento desigual entre ricos e pobres

Daniel Alves e Neymar Jr. (Foto: Reuters/Francois Lenoir)
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A soltura do condenado por estupro Daniel Alves sob multa paga pelo pai de Neymar atesta a indignidade humana na sociedade regida por dinheiro e hipocrisia.

É a perpetuação de violência clara contra as mulheres ao sobrepor o poder aquisitivo ao direito da inviolabilidade física e psicológica.

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A fixação de um valor – seja qual for – precifica o corpo feminino, institui um "mercado de luxo" do estupro, chancela a impunidade e inflige novo sofrimento à vítima.

É aval legal à cultura do estupro com a concessão exatamente a uma conduta repelida por fazer da mulher objeto de consumo do homem e do patriarcado.

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"Se pode pagar, pode ter como quiser e ficar em liberdade" é a mensagem transmitida por uma decisão estapafúrdia e violenta.

E não só.

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Eleger o dinheiro como métrica da liberdade para estupro é autorizar o crime por classe e, claro, aprofundar o tratamento desigual entre ricos e pobres.

Restringe a cidadania à conta bancária e inferioriza a vida dos desfavorecidos - aceno captado como licença para perpetração de (mais) opressões por círculos de poder.

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E mais.

O pagamento da multa pelo pai de Neymar acrescenta um tom de hipocrisia a essa sucessão de violências contra as mulheres.

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Escancara a falsidade de uma gente moralista de goela, cristã de conveniência e eleitora de uma fraude subumana viciada em usar "deus" e "família" como escudo narrativo para encobrir uma vida de sordidez e crimes.

Não por acaso o bolsonarismo é o curral fértil onde o noticiário identifica, com frequência, pedófilos, estupradores e abusadores de elevador (como o do Ceará).

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A escória cujo comportamento reflete a cultura do estupro vista em expressões como "pintou um clima" diante de adolescentes.

A normalização da violência é sintoma de apodrecimento da sociedade pela misoginia e pelo dinheiro e inspira repulsa coletiva.

O corpo feminino é inviolável - e isso, definitivamente, não tem preço.

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