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Marcos Coimbra

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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Fim de 2019: o Brasil rejeita Bolsonaro

Ao fazer um balanço do ano, o sociólogo Marcos Coimbra constata, com base na mais recente pesquisa Vox Populi: "Apesar do horror que Bolsonaro representa, é reconfortante saber que a maior parte da sociedade o rejeita". Os defeitos que as pessoas apontam em Bolsonaro pela ordem são: “sem noção”, “fala demais”, “grosseiro”, “bruto”, “estúpido”, “arrogante”, “prepotente”, “racista”, “preconceituoso” e “descontrolado”

bolsonaro (Foto: Agência Brasil/EBC)
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Entre tantas notícias ruins, é reconfortante saber que a maior parte da sociedade rejeita Bolsonaro

Que boas-novas pode haver, se estamos a completar 12 meses de algo que só a imaginação mais distópica seria capaz de inventar? 

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O que pode ser positivo no encerramento de um ano em que tivemos o mais inacreditável, o mais ridículo presidente de nossa história? O que há para comemorar? 

Apesar do horror que Bolsonaro representa, é reconfortante saber que a maior parte da sociedade o rejeita. 

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Que a maioria não concorda com o que está acontecendo, não aprova o que foi feito para levá-lo ao poder e não endossa o seu programa de governo. 

Bolsonaro, que só se tornou presidente por ter se beneficiado de uma sucessão de golpes antidemocráticos, é o chefe de governo mais frágil que tivemos, em termos de apoio popular. 

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Poucos gostam dele.  

Essa é a principal conclusão da mais recente pesquisa do instituto Vox Populi. 

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Os trabalhos de campo foram realizados entre 7 e 11 de dezembro e os resultados são representativos do que pensa o conjunto do País.  

Comparada às pesquisas recentes divulgadas por outros institutos, seus números e as tendências detectadas são parecidos. 

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Entre os mais ricos, por exemplo, que são super-representados nos levantamentos telefônicos, a pesquisa Vox mostra que o apoio a Bolsonaro é maior, proveniente da sensação de que estes têm de estar ganhando com seu governo (são, aliás, os únicos que objetivamente lucram com ele). 

Entre os mais ideologizados, super-representados nas pesquisas feitas na internet, o bolsonarismo é maior que na média da opinião pública.

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Todas mostram que a aprovação do governo está abaixo da que qualquer presidente obteve no início. Não piorou nos últimos três meses, o que, no entanto, não significa nada de bom. 

Ele havia caído mais que o previsível nas pesquisas de agosto, enquanto a Amazônia ardia e o Sudeste era engolido pela fumaça, e estas de agora mostram que não conseguiu se recuperar depois que a emergência cessou (ou foi escondida). 

A estabilidade, portanto, é uma péssima notícia para ele. 

É um despropósito afirmar que se manter no fundo do poço é sinal de alguma melhora nos sentimentos a respeito da economia, como trombeteou a mídia em função dos resultados de uma pesquisa do Datafolha. 

Ao contrário, os números indicam que as expectativas continuam a ser negativas, agravadas, neste fim de ano, pelo acentuado aumento do medo de que a inflação acelere.  

A avaliação do governo é ruim, mas a de suas partes é pior. 

Na pesquisa Vox, nove áreas de política foram avaliadas, e nenhuma alcançou o nível de 22% de aprovação que o governo, como um todo, obtém. 

Destaques: apenas 8% avaliam positivamente as ações de valorização do salário mínimo, 7% aquelas de diminuição das desigualdades sociais, 12% as dirigidas à saúde. 

Casos assim, em que a média das partes é menor que o todo, costumam indicar que ainda há alguma boa vontade para com o governo, decorrente da opinião de muita gente de que é cedo para condená-lo.   

O problema de Bolsonaro não é somente fazer um mau governo aos olhos da maioria. 

Não é apenas estar em primeiro lugar na lista dos piores presidentes de nossa historia. 

Para seu futuro, o de seu governo, sua tropa e sua torcida, o mais complicado é ser rejeitado no plano pessoal, ser alguém de que a maioria desgosta ou detesta. 

Na pesquisa Vox, havia uma pergunta aberta a respeito de qualidades e defeitos de Bolsonaro. 

De um lado, 31% dos entrevistados citaram alguma qualidade, enquanto 44% disseram que não possuía nenhuma e 25% não conseguiram identificar alguma. Do outro, 56% apontaram defeitos e 11% responderam que não os percebiam (33% não souberam ou quiseram responder). 

Seus defeitos mais frequentes foram, na ordem: “sem noção”, “fala demais”, “grosseiro”, “bruto”, “estúpido”, “arrogante”, “prepotente”, “racista”, “preconceituoso” e “descontrolado”. Aos olhos da maioria da população, e em suas próprias palavras, esse é o cidadão que os sabichões do Judiciário, os generais do Exército, os ricaços do mercado, os bispos-empresários e os formadores de opinião na mídia resolveram colocar na Presidência da República, como se fosse possível considerá-lo um mal menor que Fernando Haddad.

Mas Bolsonaro tem um problema até mais grave que ser rejeitado e malquisto: existe alguém de quem a população, em sua maioria, gosta, que é considerado o melhor presidente e em quem teria votado ontem se pudesse, votaria hoje se houvesse eleição e, muito provavelmente, votará se deixarem. 

Diferentemente de outros presidentes autoritários mundo afora, Bolsonaro tem Lula pela frente. 

Tem toda razão de morrer de medo dele.

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