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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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Fim do terror ou terror sem fim?

"Causa inquietação a forma como os militares se imiscuem crescentemente na vida política nacional", diz o colunista Ricardo Cappelli; "O mais provável é que Bolsonaro ignore as graves revelações do Intercept. Se ceder, perderá apoio no seu núcleo ideológico sem ganhar nada em troca. Não faz sentido", diz. "Fraturar ainda mais a sociedade é um projeto"

Marcos Corrêa/PR
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A conjuntura parece estar evoluindo rapidamente para um impasse. A velocidade dos fatos impressiona. 

Bolsonaro resolveu enquadrar as Forças Armadas demitindo dois generais.  Juarez Aparecido de Paula, presidente dos Correios, cometeu o “pecado” de tirar fotos com parlamentares da esquerda.  

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Santos Cruz, desafeto de Olavo de Carvalho, foi o segundo. O general moderado virou o principal interlocutor com o Congresso.  

Carlos Bolsonaro queria sua cabeça. Depois de Villas Bôas comprar a briga de Santos Cruz, foi preciso ganhar tempo. O “mergulho público” de Olavo foi planejado. A vitória do “Astrólogo da Virgínia” humilha o exército.   

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Guedes partiu para cima do Congresso afirmando que os deputados haviam abortado a “Nova Previdência”.   

Na sequência, Bolsonaro demite de forma grosseira Joaquim Levy. O ex-ministro de Dilma se recusou a transformar o BNDES no DOI-CODI das gestões anteriores. Não basta desmontar o banco, é preciso desmoralizá-lo.  

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Em Santa Maria, numa solenidade militar, o presidente defende armar a população. Diz ainda “que precisa mais do povo ao seu lado que do Parlamento”.   

É nítida a opção do Capitão pela guerra permanente, sem mediações.  

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Moro segue seu calvário. Seu isolamento é crescente. As denúncias do Intercept inverteram o jogo. O ex-juiz, que antes dava apoio a Bolsonaro, virou refém do bolsonarismo. 

Por fim, a peça silenciosa mais importante. O mercado reduz pela 16º semana consecutiva sua projeção para o PIB: apenas +0.93%.   

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Neste cenário, faz sentido a radicalização e a "busca racional" pelo isolamento?   

Causa inquietação a forma como os militares se imiscuem crescentemente na vida política nacional. Agora temos um general da ativa na Secretaria de Governo. Os telefonemas do general Villas Bôas para o STF são freqüentes, dizem fontes ligadas ao tribunal.  

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O soco na mesa do general Heleno demonstra o desconforto dos militares com a crise. A prisão de Lula é cada vez mais insustentável. A caserna faz circular que não aceita a liberdade do ex-presidente. O que isso significa?  

Qual será a conseqüência da desmoralização da Lava a Jato somada à depressão econômica?  

Onde querem ir Bolsonaro, Guedes e os generais com a escalada de ataques? De quem será a culpa pelo fracasso? Da política? Da democracia?  

O mais provável é que Bolsonaro ignore as graves revelações do Intercept. Se ceder, perderá apoio no seu núcleo ideológico sem ganhar nada em troca. Não faz sentido.  

Será a senha para que o submundo do Estado Policial passe a atuar nas sombras sem nenhum limite. Sob a fachada de uma democracia liberal, podemos ter um Estado de Terror, com os fins justificando abertamente quaisquer meios para liquidar “os inimigos da nação”.  

O impasse parece ser a opção consciente do Capitão. Fraturar ainda mais a sociedade é um projeto. Parte da oposição parece fazer a mesma aposta, sonhando com uma fantástica e improvável guinada à esquerda.   

Evitar o pior exigirá a convergência dos democratas, de diferentes matizes. A luta permanece sendo entre civilização e barbárie, política e obscurantismo. É sempre melhor construir o fim do terror do que arriscar viver num terror sem fim.

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