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Camila Marins

Jornalista, feminista e ativista LGBT

10 artigos

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Folha de S. Paulo na contramão dos direitos LGBTs

Um veículo de comunicação tem a responsabilidade de produzir narrativas alinhadas à defesa dos direitos humanos, e não dar voz a um homem LGBTfóbico. Um homem que defende, publicamente, violências

Folha de S. Paulo na contramão dos direitos LGBTs (Foto: Alan Marques/0621 FOLHAPRESS)
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"Folha de S.Paulo estreia novo blog voltado para a comunidade LGBT". Em princípio, a notícia me alegra, uma vez que os veículos de comunicação ainda não pautam essa questão.

Ano passado, com a divulgação e assessoria de imprensa do PreparaNem, enfrentamos uma disputa de narrativas na mídia. E essa disputa foi por meio de muito diálogo e muita empatia com jornalistas trabalhadores. Colegas ouviram e começamos, de fato, a construir uma narrativa inclusa e ver travestis empoderadas em capas de jornais. Viramos "consultores" da redação.

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Agora, a Folha de S. Paulo inaugura um blog, cujo primeiro post traz uma entrevista com Marco Feliciano. Sim, o próprio. Ele que afirmou sobre o atentado LGBTfóbico em Orlando: "Não dá para garantir que foi crime motivado por homofobia".

Um veículo de comunicação tem a responsabilidade de produzir narrativas alinhadas à defesa dos direitos humanos, e não dar voz a um homem LGBTfóbico. Um homem que defende, publicamente, violências.

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Estou APAVORADA. Temos tantas pautas importantes no movimento LGBT como a inclusão de pessoas trans nas universidades e no mercado de trabalho, políticas de saúde para lésbicas. É preciso inverter a lógica de visibilizar tragédias e essas violências. Discurso é poder e dar voz [numa impossibilidade dialógica] a esse homem é muito grave, ainda mais em um blog destinado a pessoas LGBTs. Isso não representa "neutralidade" jornalística [até porque isso não existe].

A comunicação também é instrumento de empoderamento e de visibilidade. Sim, as pessoas LGBTs existem e resistem. Agora, vamos a outro ponto polêmico: o nome "Gays e afins" e a composição da equipe. Como sempre, historicamente, no movimento LGBT são homens gays dominando os espaços.

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Compreendo que são trabalhadores e eles não têm qualquer culpa, uma vez que a decisão política é do veículo. Precisamos construir uma comunicação TRANS. Transversal e transformadora. Não há mulheres (nem cis nem trans) na equipe. E atentem que nós, mulheres, somos maioria na categoria, de acordo com pesquisa realizada pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) [veja aqui].

Então, não me digam que não tem mulher jornalista. Por uma comunicação TRANS: transversal e transformadora. Por fim, NÃO SOMOS AFINS! ‪#‎NãoSomosAfins‬

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