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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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Girão tentou fazer um giro e fez um jirau

Diz a sabedoria popular, que não se deve cutucar onça com vara curta

Senador bolsonarista Eduardo Girão e ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida (Foto: Pedro França/Agência Senado)
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O Parlamento brasileiro parece, muitas vezes, não a reunião das pessoas eleitas para legislar em prol do povo, mas uma lojinha de horrores. Não raras são as vezes em que somos tomados de espanto pelos discursos absurdos, medíocres, vazios e sem nenhuma conexão com a realidade que são proferidos por nossos representantes no Congresso Nacional.  Estarrecidos, seguimos como se aquele tipo de comportamento abjeto estivesse de acordo com qualquer forma aceitável de normalidade.  

E assim sendo, a patacoada segue em frente sem que exijamos respeito das pessoas a quem pagamos a peso de ouro, para ser exemplo de decência e republicanismo no exercício de seus mandatos. É sempre bom deixar claro, que aquelas pessoas não estão fazendo nenhum favor à nação ao assumirem assentos naquelas Casas, ao contrário, custam uma fortuna aos cofres públicos e são pagas por pessoas que nem sempre têm sequer o que comer. Logo, qualquer tipo de conduta que destoe daquilo que se espera de um(a) parlamentar é, no mínimo, aviltante.

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A bizarrice que se vê espelhada em grande parte das pessoas que compõem as casas legislativas Brasil afora se explica, na maioria das vezes, mais pela defesa de interesses próprios do que pelo apoio aos direitos da população brasileira. Se os criminosos discursos homofobicos, misóginos e racistas se tornaram recorrentes nos dias de hoje, os ataques físicos, ameaças e assassinatos sempre fizeram parte da cena política nacional. Quem não lembra, por exemplo, daquele senador que matou um colega a tiros no Senado, no ano de 1963?

Decorridos quase sessenta anos do trágico 4 de dezembro de 1963, o que se tem? Tem-se uma deputada correndo na rua, de pistola em punho, perseguindo um homem negro. Tem-se senador da República postando memes imbecis, com ameaças ao Presidente do país. Têm-se fulanos e fulanas usando e abusando de suas poderosas credenciais, para destilar ódio e atacar o Estado Democrático de Direito. Tem-se político preto sendo cassado por... ser preto.  E tem-se e tem-se e...

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No último dia 27 foi a vez do tacanho senador Girão (Novo-CE) passar ridículo, ao tentar entregar ao ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, uma réplica de um feto. O ministro, recusando-se a participar da tosca dramatização do referido político, classificou como escárnio a frustrada tentativa do parlamentar. Ponto. Ao dizer: “esse tipo de performance não é o que condiz com a minha maneira de ver a política”, Almeida desmontou completamente a possibilidade de ser constrangido e de ser tornado parte em um espetáculo lamentável e grotesco. Diz a sabedoria popular, que não se deve cutucar onça com vara curta. Girão ignorou o ditado. Tentou fazer um giro e fez um jirau. Sem pena, a onça o devorou. Que descanse em paz!

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