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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Joice ataca Bolsonaro no segundo dia de campanha na TV

"Olho no olho do telespectador, explicou que se afastou de Bolsonaro porque ele mudou e não ela. Acusou o presidente da República de estelionato eleitoral e conivência com a corrupção, sua mais cara bandeira", escreve Alex Solnik sobre propaganda eleitoral de Joice Hasselmann

Joice Hasselman e Jair Bolsonaro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

No segundo dia de propaganda eleitoral em São Paulo, a candidata a prefeita Joice Hasselmann (PSL) roubou a cena.

Enquanto outros antibolsonaristas preferiram falar de si próprios e de suas realizações, como Jilmar Tatto (PT), Boulos (PSOL), Márcio França (PSB) e Bruno Covas (PSDB), a ex-líder de Bolsonaro na Câmara Federal fez contraponto ao vergonhoso puxa-saquismo de Celso Russomanno (Republicanos), já caracterizado como “bolsonarodependente”, partindo para cima de seu ex-mito.

Olho no olho do telespectador, explicou que se afastou de Bolsonaro porque ele mudou e não ela.

Acusou-o de abandonar o combate a corrupção, sua promessa de campanha, por se aliar ao centrão e proteger seus filhos enrolados com a Justiça.

Ou seja: acusou o presidente da República de estelionato eleitoral e – pior ainda - conivência com a corrupção, sua mais cara bandeira.

Autointitulou-se “desiludida” e conclamou os demais “desiludidos” a se alinharem com ela.

Não devem ser poucos, a julgar pelo mais recente Datafolha, no qual 63% dos paulistanos garantem não votar de jeito nenhum em candidato apoiado por Bolsonaro, apesar de ele ter tido 53% em São Paulo em 2018.

A onda virou: em 2018, Bolsonaro dava voto; em 2020, tira.

Diziam antigamente que ninguém é mais anticomunista que um ex-comunista.

Joice é mais uma que confirma: hoje, ninguém é mais antibolsonarista que um ex-bolsonarista.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.