Jornalões falam do golpe de 1964 e tutela militar
A imprensa, em maior ou menor extensão, continuou a apoiar teses conspiracionistas
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Dentro do autoproclamado “espaço plural” da Folha de S. Paulo, o artigo de Oscar Pilagallo foi providencial (“Maior parte da imprensa brasileira apoiou golpe de 1964”, de 2/4). Parabéns a ambos, mas há que se considerar que a Folha até pouco tempo atrás chamava o período inaugurado há 60 anos de “ditabranda”. A imprensa, em maior ou menor extensão, continuou a apoiar teses conspiracionistas, denunciando crime inexistente contra Dilma Rousseff e tolerando a ascensão da extrema-direita protofascista de Bolsonaro.
Na mesma toada, um profundo e necessário documento histórico foi registrado nas páginas do Estadão (“Relatos sobre a ruptura”, de 31/3). O jornal teve a coragem de relatar seu posicionamento de apoio e posterior rompimento quanto à ditadura e trazer depoimentos significativos para entendermos aquele trágico momento de nossa história recente. Que a verdade daquele Primeiro de Abril não se transforme na mentira usada por aqueles que querem que a tutela militar volte a reinar.
Nesse aspecto, ao menos o STF está reafirmando que não existe “poder moderador” das Forças Armadas. Mas vejamos que as considerações de Rafael Alcadipani em artigo recente para a mesma Folha deveriam ser válidas para outros grupos armados a serviço do povo (“Forças policiais exigem novo arranjo institucional”, de 29/3). Policiais, militares, guardas são todos servidores públicos que devem não apenas proteger quem lhes paga o soldo, mas também responder à população. Enquanto não entendermos e praticarmos isso, estaremos suscetíveis a quarteladas, motins e a exacerbação do pequeno poder do guarda da esquina propulsionado por ideias extremistas.
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