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Onã Rudá

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Kim Kataguiri, uma abominação política, ética e cognitiva

Muito mais nocivo à sociedade do que a "linguagem leve" que seus vídeos pressupõe, o discurso de Kim Kataguiri é dotado de um extremismo direitista e de intolerância, de conteúdo superficial e enviesado

Muito mais nocivo à sociedade do que a "linguagem leve" que seus vídeos pressupõe, o discurso de Kim Kataguiri é dotado de um extremismo direitista e de intolerância, de conteúdo superficial e enviesado (Foto: Onã Rudá)
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Desde que se iniciou a escalada golpista de setores elitistas, conservadores, reacionários e fundamentalistas do Brasil, inconformados com a quarta derrota consecutiva imposta por setores populares nas urnas, surgiram algumas figuras no cenário político nacional. Muitas com o espírito republicano de defesa da democracia e da construção da igualdade de direitos e oportunidades, mas muitas outras com uma forte expressão de fascismo, intolerância e ódio, disfarçado de indignação.

Uma dessas figuras é um jovem de 19 anos, com traços asiáticos e discurso mais que raivoso, Kim Kataguiri, um dos líderes do Movimento Brasil Livre, fundado em 12 de dezembro de 2014 com o objetivo de engrossar o caldo do movimento golpista e pautar a redução do estado, privatizações e sistema de voucher na saúde e educação, uma política econômica liberal, como gostam de chamar.

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Autoproclamado liberal e reacionário, contrário ao salário mínimo, dono de um canal no youtube repleto de vídeos contra a esquerda e contra políticas sociais, desafeto de Lobão, Kim Kataguiri vem ganhando cada vez mais espaço na mídia, agora é colunista da Folha, e nessas idas e vindas já provocou até confusão na internet entre Olavo de Carvalho e Reinaldo Azevedo, dois "ideólogos" dessa onda conservadora que ascendeu no Brasil.

Muito mais nocivo à sociedade do que a "linguagem leve" que seus vídeos pressupõe, o discurso de Kim Kataguiri é dotado de um extremismo direitista e de intolerância, de conteúdo superficial e enviesado, que está a serviço não da construção de um Brasil mais soberano, capaz de dar conta dos próprios desafios, mas de um país com interesses submetidos aos dos grandes especuladores internacionais.

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Travestido de "Idealista Liberal", lutando por valores políticos e econômicos, e de atuação independente, o MBL está até o osso envolvido com o PSDB e tentou blindar Alckmin quando a crise hídrica Paulista tomava contornos agudos e proporções nacionais, seu foco era Dilma, o PT, quando nem a mídia "patrimonialista" podia mais esconder uma realidade tão crítica, também pautou mais engajamento do PSDB a intentona golpista e Aécio chegou a comparecer em manifestação.

Em uma entrevista concedida a revista Época, em dezembro de 2014, ele afirma não ter dúvidas do envolvimento pessoal da Presidenta Dilma com corrupção, fato que ele nunca provou, se vale do mesmo expediente sujo de diversos políticos e parlamentares que infestam as redes sociais de mentiras na tentativa de manchar a história de pessoas que tem serviços prestados ao nosso país.

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Foi nas passeatas convocadas pelo MBL e amplamente difundidas pela mídia, contra a Presidente Dilma, de camisa da CBF e esbravejando "Vai pra Cuba!" que Kim Kateguiri, ficou mais conhecido. As passeatas tiveram um alto custo e eles informaram que receberam doações. Só não disseram quem e com quais interesses fizeram essas doações. No Piauí, 1 milhão foi investido por políticos opositores e derrotados, só na passeata do dia 15. Depois foi a conhecimento público a ligação dos integrantes do MBL, dentre os quais Kim Kateguiri, a Leadership Academy, e o Institute for Humane Studies bancadas pela Atlas Economic Research Foundation, uma organização financiada pelos irmãos Koch para convencer o mundo estudantil da justeza de suas gananciosas propostas. Financiadores dos protestos convocados por Kim e o MBL, os irmãos Koch são donos de Corporação petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda o ambiente e tem interesses em atingir a Petrobras. Eles acusam a natureza pública como razão da corrupção que atingiu o patrimônio da empresa, mas se isso fosse verdade a Volkswagen não teria demitido seu presidente global Martin Winterkorn, que fraudou resultados na emissão de testes antipoluição nos Estados Unidos, fato que pode ter afetado cerca de 11 milhões de veículos. Corrupção é da natureza humana e precisa ser combatida.

O discurso político de Kim, é baseado na ideia de que o Brasil só tem um caminho à seguir, se curvar aos interesses intervencionistas internacionais ou vai se tornar uma república totalitarista e tomada pela corrupção e de direitos reduzidos, mas na prática é ele quem confabula com Bolsonaro, debate projeto de Brasil com Eduardo Cunha e pousa pra foto com Marco Feliciano, caminha junto com Carlinho Metralha (ex- torturador do DOPS), e isso mostra que tipo de Brasil ele de fato quer. Entre tantas outras, uma das coisas que esses tem em comum é o ódio disseminado contra comunistas, função a qual o Kim devotamente gasta muito tempo.

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A comparação do Brasil com Cuba e com a Venezuela não é só absurda pela maldade do conteúdo enviesado, mas pelo desconhecimento total da realidade vivida por cada país no seu processo histórico de lutas e resistências que atravessou ditaduras e intervenções patrocinadas e coordenadas pela estupidez norte-americana.

Cuba, uma ilha localizada no mar do Caribe, a 57 anos passou por um processo revolucionário com ampla participação social, pôs fim ao regime ditatorial de Fulgêncio Batista, que tinha transformado o país em um prostíbulo a serviço do imperialismo. Se por um lado uma parcela de cubanos, sobretudo as elites, discordaram da revolução e abandonaram a ilha, por outro lado, com toda as dificuldades impostas pelos EUA, sobretudo com embargos econômicos, Cuba é dos poucos países do mundo que cumpre as metas de educação e é livre da desnutrição infantil, uma medicina social avançada com descobertas científicas importantes e que empresta médicos ao mundo todo em missões humanitárias. Com dificuldades internas a superar e avanços conquistados a duras penas, Cuba tem muito a ensinar ao Brasil, mas daí comparar um país com dimensão continental com uma ilha pelo menos 18 vezes menor, é não entender nada de geopolítica, ou ser malicioso mesmo.

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A Venezuela por sua vez, no quesito democracia, tem uma verdadeira aula a dar ao Brasil. Lá diversas decisões são tomadas com consulta popular, e no que pese os desinformados repetirem cegamente que é um regime ditatorial, o processo eleitoral lá é acompanhado por diversas organizações internacionais, incluindo o centro, Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, que atestam a legitimidade dos processos políticos. A Venezuela também passa por diversos problemas internos, políticos e econômicos. Iniciada por uma direita extremamente fascista que está disposta a tudo pra impor uma derrota ao presidente Maduro, lá eles tentaram deslegitimar a eleição, não conseguiram, acirraram o discurso e a violência está sendo vivenciada nas ruas.

Os desdobramentos desse discurso terrorista que a mídia não hesita em propagar, pode ser visto e vivenciado no cotidiano de nós brasileiros também. O ódio, a intolerância e a violência tomaram não só as redes, mas também as ruas e políticos, blogueiros, jornalistas, líderes sociais, artistas e etc, estão sendo intimidados nas ruas, questionados, ofendidos e agredidos por suas opções políticas.

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Um dos grandes amigos de Kim, e talvez o seu mentor no humor sádico, é o humorista Danilo Gentili, figura velha e batida dos movimentos de direitos humanos que diversas vezes denunciou seus ataques contra grupos sociais estigmatizados, é também é um dos propagadores do discurso de ódio.
A indignação com corrupção de Kim Kataguiri, não só é seletiva, como cínica, já que o mesmo defende fervorosamente o financiamento empresarial de campanha, já identificado como raiz de profundos processos de dilapidação do patrimônio público. O financiamento empresarial foi proibido pelo STF que considerou inconstitucional. Na boca dele, não se ouve falar em helicoca, lista de Furnas, trensalão, aécioporto, mensalão mineiro, o seu ataque é ao petrolão, que embora tenha a maioria de políticos envolvidos filiados ao PP Partido Progressista, de seu amigo Bolsonaro, é ao PT quem ele culpa pela corrupção, ainda que só agora as instituições tenham autonomia pra atuar e autuar pessoas inclusive do partido do presidente, coisa que não acontecia no período dos seus amigos do PSDB à frente do Brasil.

Em sua estreia na Folha, 19/01, ele partiu pra cima do movimento Passe Livre, que está organizando em São Paulo manifestações contra o aumento da tarifa do buzu e do metrô. Na prática o texto dele tem dois objetivos, criminalizar a organização social em luta contra os abusos das administrações púbicas e mais uma vez blindar o Governador Geraldo Alckmin e sua PM truculenta que tem reprimido vorazmente as manifestações chegando a usar técnica de acuação, condenada pelo próprio código da polícia.

Essa militância quase messiânica, hostil ao socialismo e ao comunismo em todas as suas formas, que vê a violência política, a guerra, e o imperialismo intervencionista que quer tomar o patrimônio nacional, como perspectiva de futuro melhor para o país, não pode ser entendida de outra forma que não seja uma abominação política, ética e cognitiva que opera a serviço de interesses espúrios. Na verdade Kim e sua turma não entendem nada de Brasil e pouco estão compromissados com o conjunto da sociedade, seu avanços civilizatórios, sua soberania nacional, eles são "vitrolas caricatas" repetindo raivosamente "Fora PT", mas não estão dispostos a debater em concreto os desafios do Brasil.

O fato é que o Brasil tem uma democracia que precisa se aprofundar pra dar mais empoderamento a sociedade para as principais tomadas de decisões, decisões que em sua maioria trazem implicações a vida de todas e todos, sobretudo na economia, e isso não é totalitarismo, só na cabeça daqueles que perderam a noção do sentido real de democracia. Temos condições de dar conta dos nossos problemas e construir uma nação que trate com dignidade e respeito todos os seus cidadãos, compreendendo que existem grupos sociais que além de expostos à violência urbana cotidiana, estão expostos a uma violência específica desferida pela sua condição inata de ser humano, hora por ser negr@, hora por ser LGBT, hora por ser mulher, um país que aprofunde o investimento em educação como locomotiva indutora de transformação social e pra isso a Petrobras e o Pre-Sal são fundamentais pra atingir as metas do Plano Nacional de Educação, um Brasil com uma reforma política pra garantir dentro do congresso nacional e nos espaços de poder a representação de amplos setores da sociedade, com uma economia forte e coordenada, culminando em profundo desenvolvimento industrial e humano.

Por fim, Kim Kataguiri não é só um analfabeto político, como bem pontuou o deputado Jean Wyllys, ele é uma abominação caricata produzida pela grande mídia burguesa, patrocinado por grupos nacionais e internacionais pra mentir, difamar, enganar, propagar ódio e jogar contra os interesses nacionais.

Não Passará!

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