Lula e a cachorrinha Resistência, salários do Judiciário e Adélio proibido de dar entrevista

É terça-feira de Carnaval, mas as notícias não param. Aproveito o feriado para experimentar outro formato de coluna. Notas curtas, para não retardar o fluxo de informações.

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O metalúrgico Reginaldo Neto, um dos mais destacados militantes da Vigília Lula Livre, encontrou-se com Lula na visita que o presidente fez a Santos, para anunciar o lançamento da obra de construção do túnel submerso que ligará a cidade ao município do Guarujá. Só que a missão dele foi entregar um exemplar do livro Vigília Lula Livre em Cordel, que escreveu juntamente com Valéria Santos. Lula recebeu o livro, e o elogiou. Mas os dois falaram mais sobre a cachorrinha Resistência, que Cabelo encontrou na rua quando fazia a vigília, em 2019. Ele criou Resistência, a mascote da Vigília, até que ela ficou doente e Janja a levou ao veterinário. Cabelo cedeu, então, a guarda para à primeira-dama. Cabelo falou que sente saudade, Lula respondeu que está cuidando bem da cachorrinha, e os dois concordaram que o militante fará uma visita à mascote.

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Os vencimentos de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo chamaram a atenção de quem costuma verificar com lupa a seção Transparência do Poder Judiciário.

Em dezembro, a maioria dos 360 desembargadores recebeu cerca de  R$ 200 mil líquidos, que incluíram as chamadas ”vantagens eventuais”. A “remuneração paradigma” dos desembargadores é de R$ 39,7 mil.

A magistrada Tereza Cristina Motta Ramos Marques recebeu R$ 254,2 mil líquidos. Já a desembargadora Maria Cristina Zucchi teve R$ 223,8 mil de vencimentos líquidos.

O desembargador Carlos Vieira Von Adamek, que é magistrado auxiliar no gabinete do ministro Dias Toffolli no STF, teve remuneração líquida de R$ 190,9 mil, verba que não considera o que ele recebe para atuar na corte constitucional.

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O historiador e cientista político Chico Teixeira, que foi professor da UFRJ, diz que os militares brasileiros estão fazendo curso de hiper liberalismo, ensinado nos quartéis por docentes da Fundação Getúlio Vargas. Segundo ele, quem paga pelo curso é a União. “Enquanto o governo está tentando fazer programas como o Fome Zero, Primeira Carteira, todos esses programas sociais, estamos pagando, o governo está pagando, dentro dos quartéis, um grupo de lobby absolutamente hiperliberal, que tenta desconstruir para os militares todo esse processo”, afirmou. A entrevista foi dada ao canal Lawfare Nunca Mais, no YouTube.

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O advogado Roberto Bertholdo, um dos primeiros degraus em que Sergio Moro pisou até se consolidar como político, usando a toga, fez um desafio aos institutos de pesquisa como Paraná e Quest. “Aposto 2 por 1 que, em 2026, Lula se reelege”, afirmou. Bertholdo estendeu o desafio aos políticos de extrema direita, que comemoram o resultado da pesquisa, inclusive Sergio Moro. Só que, no caso dos bolsonaristas, ele quer o dinheiro casado, ou seja, depositado antecipadamente. “É que, entre os bolsonaristas, tem muito pouca gente séria”, disse.

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O jornalista Walace Lara, da TV Globo, ganhou a ação por danos morais que moveu contra o ativista Antonio Isuperio Pereira Júnior, do movimento negro. No início de de 2023, Pereira Júnior atacou o jornalista por conta de uma reportagem que denunciava os preços abusivos da água mineral cobrados por establecimentos comerciais de São Sebastião, que tinha sido atingido por temporais que devastaram a região. Na cidade, havia uma comerciante negra que não foi citada na reportagem. Mas, mesmo assim, o ativista o criticou na rede social, o acusando de racismo e de ter produzido fake news. No acórdão, o relator afirma que a notícia de cobrança abusiva não era falsa, como constatou o Procon, com providências posteriores do Ministério Público. E lembra que ele não citou a comerciante. 

"O vídeo indicado no link de fls. 04, ao que faz referência o requerido (Pereira Júnior), demonstra com clareza a inexistência de imputação do ato abusivo a ninguém, pois não há menção a nomes ou caracterização de pessoas. Aliás, a informação a respeito da mencionada prática comercial veio de uma telespectadora entrevistada por outra repórter que não o autor, via telefone que, por sua vez, também não indicou o nome do suposto vendedor", escreveu o desembargador.

E acrescentou: "Ao contrário do quanto postado pelo requerido, a única notícia falsa observada no caso dos autos foi aquela publicada por ele em seu perfil no Instagram que atribuiu falsamente ao autor responsabilidade por ato não cometido por ele."

Pereira Júnior foi condenado a pagar R$ 30 mil de indenização a Walace Lara.

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Adélio Bispo de Oliveira continua em cela isolada no Presídio de Campo Grande, mas, depois de quase dois anos, ele concordou em voltar a receber visita virtual da família. Mas ele continua sem tratamento médico, e uma ação protocolada na Defensoria Pública pode obrigar a União a oferecer tratamento a ele. Adélio foi mais uma vez proibido de dar entrevista. Solicitei, formalmente, mas a Justiça Federal concluiu, em processo administrativo, que ele não pode falar com a imprensa.