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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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Lula lá, e os ministros do STF no esgoto da História

Na verdade, estes 9 homens e as 2 mulheres nomeadas para a Corte Suprema terão escolher entre ficar com o medo e o esgoto da História do Brasil, ou a ousadia de aplicar o Direito Positivado e devolver o caráter institucional de coerência ao País, portanto, sendo "redimidos" pela Ciência e pela Memória

Lula lá, e os ministros do STF no esgoto da História (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Hoje, dia 04 de dezembro de 2018 é, sem dúvidas, um dia histórico para o País. Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirão se o ex-presidente Lula permanece preso em Curitiba por um crime que não avoca qualquer técnica jurídica de faculdade de esquina, dada a formalidade da não-prova de seu evento fático, ou se o libertam do cárcere revestido de simbologia civilizatória.

A verdade é que estamos a passar a maior vergonha do/no mundo. Lula fora inocentado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para além disso, Lula está prestes a receber um Prêmio Nobel da Paz por sua luta para combater a fome no Brasil (bem-sucedidos os programas e investimentos) e no mundo (que construiu um compêndio teórico e programático a partir do modelo brasileiro para replicar, inclusive em alguns países de "1º mundo"). Embora, receber ou não o Nobel da Paz seja mera formalidade protocolar, pois Lula ganhou dezenas de títulos Honoris Causa nas mais importantes universidades do Planeta e diversas medalhas e comendas das mãos de dezenas de líderes mundiais por sua "guerra" contra a fome e a miséria.

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Portanto, de um lado, suas excelências terão de pesar na Balança da cega Justiça, se servem ao temor dos militares – que lhes apontam tão mais bravatas que canhões para o STF, e se encaram com as faces rosadas de timidez a seus pares que, em pequena maioria instalada nos salões de festas castas do tão corporativo Poder Judiciário, fazem coro antagônico à urgência real do País; ou se decidem pela coerência histórica do Direito e da Nação (sem "Temer", com coragem) e fazem o que chamam em países civilizados de Justiça.

Na verdade, estes 9 homens e as 2 mulheres nomeadas para a Corte Suprema terão escolher entre ficar com o medo e o esgoto da História do Brasil, ou a ousadia de aplicar o Direito Positivado e devolver o caráter institucional de coerência ao País, portanto, sendo "redimidos" pela Ciência e pela Memória.

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É importante lembrar que, quando falamos de História, estamos a dizer aos lúcidos da Nação que podem ficar com o conforto da comoção imediatista em conteúdos potencialmente injustos, ou o julgo da comoção histórica, lapidada pelos pesquisadores e pelo caráter intergeracional, isto é, pela memória de nossos herdeiros do Brasil.

Uma coisa é certa: independentemente do resultado de hoje na Suprema Corte, Lula está livre já faz muito tempo. Só esqueceram de avisar aos protocolos e pompas formais dos gabinetes das excelências de toga, encastelados naquele lindo Palácio na esquina da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

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Boa sorte, portanto, ao Brasil!

Aproveito para deixar como parte dessa Memória, um poema que fiz, não para o Lula somente, para uma ideia que engendre as lógicas de Civilização e Liberdade. Segue o poema abaixo:

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O cárcere e as asas da ideia

Resiliência versus demência civilizatória.
Limbo da história.
Memória feita dor e latência
[ da alma pulsante,
[ de ideia vagante.
Ideias:
Metalinguagem da metafísica substantiva
Que translada nas asas de Ícaro ressurgido.
Insurgido por entre as grades
[ nas manhãs frias do cárcere,
Voa para o além-mundo
A espalhar esperança semiótica.
Temperança do gigante
Diante da realidade caótica.
Ele não está mais lá na escuridão.
Jamais foi solidão enjaulada.
É espada invisível que perfura profundamente o senso
Comum união latente de novas expectativas.
As trancas caíram e ele flutua nas ondas sensitivas
Que moram dentro dos sonhos de milhões.
Ele já não está mais lá: superexistiu!
Tornou-se ideia essencial no cosmo civilizatório,
No repertório de um povo sem quase nada para existir.
E de novo fez ressurgir a esperança.
Alcança todas as manhãs de um tempo, a certeza:
Ele e seu povo, finalmente, desacorrentados; é realeza!
Porque ideias e sonhos não se pode subjugar.
Vá, portanto, Lula, Livre, voar!

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