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Lula, preso político

"Quantos mais de nós necessitam ser presos? Quantos mais de nós necessitam ser mortos? Quem diria que 30 anos após a Constituição que selou o fim da ditadura no Brasil, ainda teríamos de continuar a assistir à morte de quem defende o que acredita e outros serem presos por decisão política", avalia o líder do MTST e presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos; "A besta do fascismo pôs suas garras para fora. É nosso dever nos unir para enfrentá-la, nas ruas e nas urnas. Enfrentá-la por justiça no caso de Marielle Franco, pela liberdade de Lula... E pelo resgate da democracia e pelo respeito à vontade soberana do povo"

Sao Bernado do Campo SP 07 04 2018 O ex presidente Luiz Inacio Lula da Silva no braço do povo depois da missa e discursos em frente ao sindicato dos metalurgicos no ABC Fotos: Ricardo Stuckert (Foto: Guilherme Boulos)
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No sábado 7 o juiz Sergio Moro realizou seu último ato espetacular ao prender o ex-presidente Lula.

Foi o dia D da Operação Lava Jato.

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Consumou-se a farsa judicial, marcada por uma condenação sem provas, um processo repleto de irregularidades e o flagrante desrespeito da maioria do Supremo Tribunal Federal à Constituição, no que tange à prisão sem trânsito em julgado.

O processo do triplex era, de longe, o mais frágil de todos os movidos contra Lula, ao ponto de fazer lembrar O Processo, de Franz Kafka. Mas era o único capaz de inviabilizar sua candidatura, dados os prazos judiciais.

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Foi uma condenação sob encomenda, com viés casuístico e eleitoral.

Manteve-se a aparência do rito judicial, em alguns momentos nem isso, mas as cartas estavam marcadas.

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Visivelmente, Moro e os trigêmeos do TRF4 tinham pronto o juízo condenatório antes mesmo de qualquer audiência.

A defesa não era escutada, apenas tolerada ritualmente. Lula é, portanto, um preso político.

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Por essa razão, os dias de resistência no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo ganharam uma conotação histórica.

Um capítulo a mais numa história bem conhecida, um déjà-vu da conjuntura que levou ao suicídio de Getúlio Vargas e à derrubada de Jango.

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Uma vez mais o Brasil diante de sua disjuntiva eterna: ante uma mobilização popular de resistência, por Lula, pela democracia e por um horizonte de consolidação de direitos de todos, a faca afiada e arbitrária de Moro, que tudo pode.

A faca odiosa da hipocrisia do novo paladino da moral da casa-grande.

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Daquele que vive em apartamento próprio, e confortável, mas recebe seu auxílio-moradia como "jeitinho" para atualizar um salário exclusivo a menos de 1% dos brasileiros.

Diante de um quadro tão flagrante de afronta à Constituição e aos direitos de Lula a um juízo justo e imparcial, o aspecto mais funesto do ponto de vista jurídico se revelou com o apequenamento do Supremo às permanentes chantagens da Rede Globo e às ameaças por parte de uma corporação militar, historicamente impune no nosso País.

A mesma Rede Globo que, recordemos, no primeiro dia da ditadura de 1964, noticiou: "Ressurge a democracia no Brasil".

No caso dos militares, a situação é ainda mais preocupante.

Não por se tratar da enésima bravata anacrônica e corporativista, recorrentes nas últimas décadas, de algum general de pijama.

Desta vez, atentando diretamente contra o próprio código disciplinar das Forças Armadas, quem se colocou politicamente foi o próprio comandante do Exército Brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas.

O que deveria ser tratado como uma questão de Estado, para o golpista Michel Temer e seu ministro da Defesa tratou-se de mera questão de liberdade de expressão.

O efeito mais deletério dessa espiral antidemocrática e fascista seria revelado, porém, no seio da sociedade brasileira, com uma escalada de ódio, sectarismo e intolerância.

A intervenção militar no Rio de Janeiro seria sua expressão institucional. Os ataques à Caravana de Lula, a coroação social de acosso e censura experimentados nos últimos meses.

Lembremos das exposições culturais fechadas por razões ideológicas, com manifestos episódios de agressões físicas e intolerância, como aqueles que sucederam recentemente em São Paulo nas palestras da filósofa americana Judith Butler. A maior e mais grave expressão foi o bárbaro assassinato da nossa companheira Marielle Franco, que, apesar de comover o País, passado um mês de sua morte, continuamos sem saber quem disparou os tiros.

A situação obriga a nós, democratas, a uma reflexão profunda. Se não for por disposição política, que seja então por uma questão de sobrevivência: contra o fascismo, contra a barbárie, não se brinca. Ou nos unimos ou morremos.

Quantos mais de nós necessitam ser presos? Quantos mais de nós necessitam ser mortos?

Quem diria que 30 anos após a Constituição que selou o fim da ditadura no Brasil, ainda teríamos de continuar a assistir à morte de quem defende o que acredita e outros serem presos por decisão política.

Diante dessa situação, urge uma Frente Democrática e Antifascista.

Nesses momentos nos quais a História se acelera, não existe espaço para dúvida.

A besta do fascismo pôs suas garras para fora. É nosso dever nos unir para enfrentá-la, nas ruas e nas urnas.

Enfrentá-la por justiça no caso de Marielle Franco, pela liberdade de Lula...

E pelo resgate da democracia e pelo respeito à vontade soberana do povo.

(Originalmente publicado na Carta Capital)

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