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Marcia Carmo

Jornalista e correspondente do Brasil 247 na Argentina. Mestra em Estudos Latino-Americanos (Unsam, de Buenos Aires), autora do livro ‘América do Sul’ (editora DBA).

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Milei acelera demissões e trabalhadores resistem com jornadas de manifestações: cinema e Biblioteca Nacional entre seus alvos

Como resistência à serra elétrica de Milei os trabalhadores realizam, a partir desta quarta-feira, jornadas de 24 horas de protestos, destaca Marcia Carmo

Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: REUTERS/Remo Casilli)
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O presidente da Argentina, Javier Milei, acelerou as demissões de trabalhadores do setor público durante o feriadão. Foram seis dias seguidos, incluindo a Semana Santa (que no Uruguai chamam de ‘Semana do turismo’ por ser um dos países mais laicos do mundo) e o dia dois de abril, que marca o início da guerra pela reconquista das Ilhas Malvinas.

Nesta quarta-feira, no primeiro dia útil de abril no país, a Associação de Trabalhadores Estatais (ATE) informou que cerca de onze mil trabalhadores receberam email de demissões no feriado. O porta-voz da Presidência, Manoel Ardoni, corrigiu, dizendo que, na verdade, foram quinze mil demissões. Pior ainda. “Faz parte da redução de gastos que estamos realizando. Estamos demitindo pessoal que não era necessário”, disse Ardoni.

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Como resistência à serra elétrica de Milei e sua decisão de implementar, em alta velocidade, o que chama, com orgulho e determinação, de “Estado mínimo”, os trabalhadores estatais realizam, a partir desta quarta-feira, jornadas de 24 horas de protestos com presença nos edifícios públicos (Ministérios, por exemplo) onde as demissões ocorreram nas últimas horas. Os depoimentos dos que receberam os comunicados de dispensas são dramáticos. Pessoas que trabalhavam há anos no Estado e que agora podem estar na rua, em meio à recessão argentina – a expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) argentino caia pelo menos 3% neste ano. O argumento inicial do governo Milei era que pessoas contratadas durante o ano eleitoral (2023) perderiam seus postos. Mas a feroz motosserra de Milei – símbolo da sua campanha à Casa Rosada – tem ido muito além.

E diante da resistência dos trabalhadores, que com apoio da ATE e da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), entraram ou tentaram entrar nos edifícios públicos, onde as demissões chegaram, o governo mandou a polícia. “Não temos que seguir as provocações deles. Temos que manter nosso objetivo e direito de manifestação e proteção dos nossos postos de trabalho”, disse um sindicalista na entrada do Ministério do Capital Humano. A quarta-feira chuvosa e nublada de Buenos Aires, com o ar triste que deixa os dias cinzentos, incluiu a informação de que 120 trabalhadores da Biblioteca Nacional foram demitidos. Ela é uma referência cultural e história na Argentina – o cinema e a ciência já tinham sido alvos dos cortes de Milei que está completando apenas cem dias de governo.

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