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William De Lucca

Jornalista e especialista em marketing digital. Atualmente, é ativista digital, lgbt e de direitos humanos, coordena o marketing do Sindicato dos Bancários de SP, apresenta o programa Estúdio Diversidade, na TV 247, e escreve sobre diversidade no site Brasil 247

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Moro e sua gangue vão nadar numa piscina de sangue

Política de segurança pública encrustada na lei anticrime formulada por Sérgio Moro a mando de Jair Bolsonaro tem como propósito único aumentar a matança de jovens pobres e negros nas periferias do Brasil; massacres e chacinas como vistas historicamente contra estas populações certamente serão mais frequentes com o excludente de ilicitude aprovado

Moro e sua gangue vão nadar numa piscina de sangue (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
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Em 1997, o grupo de Rap mais famoso do Brasil, os Racionais MCs, lançavam um de seus maiores sucessos. Diário de um Detento narra a história de um apenado do extinto presídio do Carandiru, no ano em que o massacre que marcou o lugar se deu. Em 1992, a Polícia Militar, comandada pelo governador Fleury Filho, matou 111 presos, a maioria executada de forma sumária, o que fez com que o grupo paulistano escrevesse o verso:

“Rátátátá, Fleury e sua gangue

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vão nadar numa piscina de sangue.

Mas quem vai acreditar no meu depoimento?

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Dia 3 de outubro, diário de um detento”.

Muito depois da piscina de sangue cheia pelos mortos do Carandiru, outras tantas foram preenchidas com o sangue da juventude brasileira assassinada diariamente em chacinas, massacres e ações isoladas, muitas delas comandadas pelas forças de segurança, que deveriam existir para “ajudar, para proteger”.

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Em 2017, 14 pessoas foram mortas por policiais militares ou civis, de folga ou em serviço, todos os dias. O número é 20,5% comparado ao ano anterior, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No total, 5.144 pessoas foram mortas em decorrência de intervenções de policiais naquele ano. No mesmo período, um policial foi morto, em média, por dia: 367 no total.

O Brasil tem uma das polícias mais letais do mundo e esta violência fatal é exponencialmente mais forte contra jovens pobres e negros das periferias do Brasil. Vivendo às margens da sociedade, as periferias são lugares onde a luz dos direitos humanos dificilmente toca e onde a contagem de corpos lembra os números de guerras com a da Síria.

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É neste contexto que Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro, quer aumentar a impunidade de agentes de segurança que matem “em serviço” com o excludente de ilicitude, artifício que pode reduzir a pena ou anular destes agentes.

Hoje, maiores restrições e penas mais altas, não seguram o dedo de policiais militares, civis e guardas municipais armados, o que será que veremos quando estes souberem que, ao alegar “forte emoção” ou “medo”, poderão ter o processo por um possível homicídio extinto?

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A lei anticrime apresentada por Moro é um resumo do tipo de desumanidade que Bolsonaro promoverá em nome de uma segurança pública que a classe média aplaudirá, mas que não promoverá nenhuma mudança estrutural na sociedade. Pior: ela só aumentará o abismo entre pobres e ricos, condenando muitos dos primeiros a pena de morte com execução instantânea após a sentença. É uma carta branca para que a matança nas periferias seja estendida, como poderia se esperar de política pública para segurança de um governo militarizado e fascista.

Em nome do populismo de segurança, cada agente público se transformará em um Juiz Dredd, personagem da ficção que acumula, em um futuro distópico ultraviolento, os cargos de policial, juiz, júri e executor. Neste caso, a distopia mora ao lado, em Guaianazes, Queimados, Ibura, Alto Vera Cruz ou Marambaia, onde os homicídios são cotidianas. A contagem de corpos que não interessam, pobres e negros, aumentará. A piscina de sangue abarrotada por Fleury e tantos outros mandatários que não tinham outra política de segurança que não fosse o dedo no gatilho, será transbordada por Moro, Bolsonaro e sua gangue.

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“Cachorros assassinos,

gás lacrimogêneo

Quem mata mais ladrão

ganha medalha de prêmio”.

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