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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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Não foi um domingo no parque

Como era de se esperar, já começaram os ataques às decisões que condenaram os três primeiros réus

(Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)
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O rei da “brincadeira” do domingo, 08 de janeiro, sabe-se muito bem quem foi, pois é o mesmo rei da confusão. E embora seu nome também comece com “J”, não é José, como também não é João. O tal sujeito nunca trabalhou em uma feira, muito menos em uma construção. Nada fez de relevante ao longo de sua inexpressiva existência e, talvez por isso mesmo, conseguiu arregimentar à sua volta um séquito de energúmenos e mentecaptos dispostos a tudo para sair da escuridão do esgoto no qual sempre chafurdaram.  

O domingo lhes pareceu o dia perfeito, e não teria sido escolhido à toa, uma vez que para muitos é um dia santificado, considerado o Dia do Senhor. Mas ser um dia de missa, praia e céu de anil não era o que interessava a nenhuma das serpentes que, sob as bênçãos dos quartéis do exército, chocaram seus ovos por longos e longos dias. Eis que chegou o domingo! E a imensa massa de criminosos seguiu rumo àquilo que achava que seria seu dia de derrubar o “capitólio”. Assim, o domingo não poderia passar tão rápido, não podia acabar. Quanto mais longo fosse aquele dia, maior seria o estrago, pois somente assim o exército tomaria as ruas, as eleições seriam anuladas, Lula e Moraes presos e, provavelmente, mortos.  

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Atiçada por pelo menos quatro anos (por quem, hein?) e contando com a omissão das forças policiais e o apoio de boa parte da mídia corporativa brasileira, a turba de bandidos se sentiu muito à vontade para vandalizar o patrimônio público e tentar botar abaixo o Estado Democrático de Direito. Por muito pouco, a democracia brasileira não foi a nocaute, embora continue nas cordas, tendo em vista que o inimigo é interno e a quinta coluna continua minando as instituições. E se as cabeças da hidra que planejou tudo isso não forem decepadas agora, de nada adiantará condenar e mandar para a prisão as “buchas de canhão” que estão servindo de boi de piranha. Os mandantes e financiadores da tentativa do golpe do dia 08 de janeiro são muitos, e até as paredes dos prédios da Polícia Federal e do STF sabem quem são. Resta “chamá-los para as conversas” e mostrar ao povo brasileiro que a nossa justiça não existe somente para condenar pretos e pobres.

Como era de se esperar, já começaram os ataques às decisões que condenaram os três primeiros réus. E digo: 17 anos de cana é pouco, pois ninguém tem o direito de destruir o patrimônio público e nem atentar contra a democracia, enquanto regime apoiado e defendido pela maioria da população brasileira; esta mesma população que aceitou calada e chorou toda vez que seus candidatos e candidatas foram derrotados nas urnas, mas seguiu em frente sem, sequer, chutar uma lata de lixo.  

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“Coitadinhos desses condenados”. Coitadinhos nada! São adultos, receberam dinheiro, comiam bem, bebiam, fumavam, transavam nos acampamento, e sabiam muito bem o que estavam fazendo. O oito de janeiro foi planejado, executado e amplamente registrado em áudio e vídeo. O oito de janeiro não foi um domingo no parque. Domingo no parque é quando, parafraseando Lou Reed, aproveitamos o dia para tomar um vinho com quem gostamos, vamos ao zoológico e voltamos pra casa para ver um filme. Já o oito de janeiro foi o maior atentado à democracia brasileira. Logo, que todos os envolvidos sejam condenados, para que não esqueçamos e que isso nunca mais volte a se repetir.  

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