Não há lobos solitários
'Prisões comprovam o envolvimento do governo Bolsonaro', destaca Reimont Otoni sobre o plano golpista
As descobertas da Polícia Federal mostram que o centro de organização dos planos golpistas e assassinos era o Palácio do Planalto sob a gestão de Jair Bolsonaro.
Ali, se articularam os planos de sequestro e morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre Moraes. Ali, se articularam crimes de conspiração contra a Democracia e traição ao país, crimes de lesa-pátria.
Um dos presos de hoje é o general Mário Fernandes, que foi ministro interino e secretário-executivo da Secretaria-Geral de Bolsonaro, em 2022, e, atualmente, é assessor do deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Planos do golpe foram definidos em reunião na casa do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro, General Braga Netto, também seu candidato a vice-presidente. No Palácio do Planalto, foram impressos esses planos.
Um deles recomendava assassinar Moraes com o uso de artefatos explosivos. Coincidência?
As investigações evidenciam que não há lobos solitários, mas, sim, uma trama nascida e disseminada pelo alto escalão do governo Bolsonaro. Todas as digitais levam ao comando do país durante o desgoverno de Bolsonaro, repito. Ele próprio redigiu, ajustou e condensou a minuta do golpe, segundo a PF.
É preciso agilizar a prisão imediata dos golpistas e da cadeia de comando. Eles representam ameaça real e concreta às instituições e suas lideranças. Ou prendemos estes golpistas já ou eles se sentirão motivados a continuar o golpe. O momento é muito tenso para o Brasil. Só a prisão dos que fomentaram e articularam essa trama macabra, usando a estrutura do Palácio do Planalto, pode pacificar o país.
Sem anistia para golpistas!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
