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Marcus Atalla

Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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‘Não Olhe Para Cima’ vai muito além de uma crítica ao negacionismo

No Brasil, os artigos a respeito da obra estão chamando-a de uma crítica ao negacionismo

Não olhe para cima (Foto: Não olhe para cima)
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Os críticos e a imprensa estadunidense têm adotado o método de trucidar o filme ou ignorá-lo. No Brasil, os artigos a respeito da obra estão chamando-a de uma crítica ao negacionismo. Nada poderia ser mais equivocado.

“Não Olhe para Cima” (Don’t Look Up), dirigido e roteirizado por Adam McKay, tem em seu elenco vários ganhadores do Oscar, Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence e Meryl Streep. A comédia satírica foi o gênero escolhido por Adam McKay, pois a risada e o ridículo permitem que os próprios satirizados baixem à guarda e vejam o seu próprio grotesco. 

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Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno e fundador do teatro português, ainda no século XVI, usava a sátira para criticar o status quo, na época a nobreza e o clero.

Não Olhe para Cima conta a história de dois astrônomos, Randall Mindy (DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence), que descobrem um cometa em colisão com a Terra e que é capaz de extinguir a vida no planeta. Ambos têm 6 meses e 14 dias para se fazerem ouvir pelas autoridades e pela população.

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O cometa é uma metáfora da pandemia da Covid-19, os questionamentos vão muito além do negacionismo. Essa crítica não é apenas a menos importante do filme, como é feita ao uso político do que à população propriamente dita.

Há o controle das Big Techs exercida por Peter Isherwell, um CEO misto de Elon Musk, Bill Gates e Steve Jobs e que financiou a campanha da presidente (Meryl Streep). Isherwell percebe que o perigo iminente, é também uma grande oportunidade. Muito mais lucrativo é partir o cometa em pedaços e explorar os trilhões de dólares em minerais caídos na Terra, que o impedir de chocar-se com o planeta.

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A principal crítica do filme é em haver maior preocupação em lucrar com as vacinas, não importa as mortes e risco que isso traga, em vez de erradicar a doença.

Apesar de todo o discurso sobre vacinar-se para erradicar o vírus, as condutas adotadas não demonstram isso. A maioria das vacinas só imuniza contra uma parte do vírus (Spike). Parte essa, a mais mutável do patógeno e a que vem mudando nas novas cepas.

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Enquanto houver África, Oriente Médio e menos de 70% da população mundial vacinada, o vírus continuará mutando. O que poderia ser mais lucrativo do que uma vacina sazonal, em que 7.8 bilhões de pessoas precisarão se vacinar todo ano? O que pode ser mais providencial do que o controle migratório de etnias indesejadas, os não-brancos (latinos, negros, árabes, asiáticos)? Poder despedir os não vacinados ou vacinados por imunizantes não aprovados naquele país? Muitos dos demitidos serão arrimo de família e não é todo país que aceita a CoronaVac e Sputnik V para validar o Green Pass.

Em março, China e Cuba anunciaram estarem desenvolvendo a Pan-Corona, um imunizante que serviria contra múltiplas e futuras cepas. Nada mais foi noticiado desde então.

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Outras questões suscitadas no longa:

A ciência como dogma quando interessa: Randall questiona por diversas vezes, o porque não se permite que a pesquisa seja revisada por outros pares, além dos cientistas da empresa que financiou o projeto. Por qual razão não se poderia questioná-la, sem ser considerado um negacionista. A resposta surge mais tarde, quando o apresentador de televisão diz que a revisão por pares não tem importância, o que importa é que as ações da empresa subiram. Em determinado momento, Randall diz ser a ciência um método, porém, fica subentendido no filme que até o método científico tornou-se uma questão de opinião e a quem ela servirá.

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A perigosa caça às bruxas das fake news, mas quem decide o que é fake? A presidente representada por Meryl Streep, que curiosamente tem uma foto abraçada com Bill Clinton, decide não fazer nada, já que atrapalharia as eleições ao legislativo. Os astrônomos resolvem procurar a imprensa e revelar ao público.

Como é contrário ao interesse do governo, há um comunicado oficial da NASA, no qual declara-se ser o fato uma fake news. De pronto, entram em ação os memes, desmoralizando Randall e Kate perante o público. Ao mesmo tempo, ambos são presos pelo FBI por vazar segredos de Estado e por incentivo ao motim e a desordem. Resta aos personagens questionarem: por que seria crime contar a verdade? (O fascismo é Bolsonaro e Trump ou o sistema capitalista neoliberal em conjunto às instituições estatais da “democracia”?).

A futilidade da mídia e redes sociais: uma sociedade em que tudo é urgente, mas nada tem importância; onde não se entra no cerne, nem se tem seriedade com as questões, mesmo em assuntos de importância. Tudo é entretenimento. As campanhas e discussões políticas; que ao invés de esclarecer e politizar a população, são shows pirotécnicos de músicas e astros da moda. A indústria dos antidepressivos e ansiolíticos; que incentiva o uso dos medicamentos como se fossem balas.

Enfim, o filme não se restringe a criticar apenas o negacionismo ou indivíduos, mas ao todo. Cabe ao espectador encontrar todas as outras ácidas críticas ao ver o filme e notar as quais lhe cabem.

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