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Elvino Bohn Gass

Deputado federal (PT/RS), vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional

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O Brasil do futuro e o resto bolsonarista

Dois modelos de Brasil se revelam neste momento

Bolsonaristas em manifestação em São Paulo-SP (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

A prisão de Bolsonaro e de generais de quatro estrelas — fato inédito na história republicana — não deve ser lida apenas como episódio jurídico, mas como a confirmação do esgotamento de uma estratégia política baseada na ruptura democrática, na desinformação e na corrosão das instituições do Estado.

O colapso desse projeto ilumina, de forma nítida, o comportamento de seus remanescentes no Parlamento neste momento. Já tiveram o desplante de propor a PEC da Bandidagem, de aprovar o PL da Devastação e de retirar recursos da Polícia Federal. Não sem antes, impedir a taxação de bilionários, empresa de apostas e bancos.

A conexão entre o golpismo derrotado, a tentativa de criar mecanismos de impunidade, o retrocesso ambiental e o boicote às forças de segurança, não é casual: expressam um modus operandi político, orientado por um mandonismo histórico e elitista, um desenvolvimentismo primário, anti-regulatório e negacionista; e uma tática vergonhosa de autoproteção. Derrotado eleitoralmente e mais enfraquecido após o desmoronamento de sua liderança, o resto bolsonarista tenta sobreviver institucionalmente por meio da captura das regras e da erosão das políticas públicas.

Em contraposição, Lula sanciona a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, medida que integra uma agenda ampla de reconstrução social, redução de desigualdades e fortalecimento da renda popular como motor do desenvolvimento; política fiscal progressiva que reafirma um horizonte de país baseado na inclusão, na ampliação de direitos e na valorização do trabalho.

São os dois modelos de Brasil que se revelam neste momento: um, regressivo, representado pelo bolsonarismo em sua forma residual — autoritário, privatista, antiambiental e socialmente regressivo; e outro, democrático, popular, que busca reconstruir capacidades estatais, ampliar a cidadania e articular desenvolvimento com justiça social e sustentabilidade.

A disputa não é episódica, mas estrutural: define o lugar do Brasil no século XXI. O país está, simultaneamente, julgando seu passado e escolhendo seu futuro. Eu já fiz minha escolha, do lado de cá, ao lado de Lula.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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