O caos em construção

Desconheço exemplo parecido no mundo. Presidente que zomba de população, na tragédia da Covid, é gestual de política da morte. Ficou patente que Jair Bolsonaro é um desastre na condição de gestor. Ele, afinal, não tem a menor ideia do que faz na presidência. “Gripezinha”, “País de maricas”, “Não sou coveiro”, “Máscara é coisa de viado”, “E daí?”, “Enfrenta o vírus como homem, porra”. São algumas bizarrices bradadas por Bolsonaro. Sim, o nível é baixo! 

Trata-se de um chefe de Estado com insuficiência em educação humanitária. O triste é que grande parte da população ainda não percebeu o grau de violência dirigida. Pessoas votaram em peso nele e nos filhos 01, 02 e 03, que gostam de aparecer armados em registros fotográficos da família. Por ali, ninguém entende como funciona uma democracia, a começar pelo pai, Jair, que é saudosista do fechamento de regime.

Aliás, Eduardo, o filho 03, como parlamentar, teria de solucionar conflitos na fase de produção da lei. Todavia, o deputado apresentou projeto de lei que autoriza a publicidade de armas de fogo nos meios de comunicação (PL n° 5417/2020). É de lamentar, porque o número de homicídios voltou a crescer no Brasil, país que tem mais de 70% dos assassinatos praticados por meio de arma de fogo. 

Seguidor da cartilha negacionista, Bolsonaro tem paixão pela ignorância. Em louvor à estupidez, desconsidera o uso de máscara, incentiva aglomeração, é antivacina, defensor da cloroquina, truculento e boçal. O pior é que expressiva parcela dos brasileiros aderiu a esse estilo. E aí, meus caros, é Nelson Rodrigues na veia: “os idiotas vão tomar conta do mundo”.

Se alguém tinha alguma dúvida, não precisa mais ter. O Brasil de Bolsonaro dá aula de necropolítica para o mundo. É que o desprezo pela vida dos brasileiros é a especialidade do bolsonarismo. Os efeitos são muito mais danosos do que se imaginava.