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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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O enigma ambiental

Governanças convencionais como prefeituras ou câmaras de vereadores perderam qualquer sentido objetivo e real porque a atual cidade é essencialmente cidade apropriada, privatizada e que, desta maneira, serve tão somente ao perverso e vigorante ordenamento de classes

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A questão ambiental tranversaliza e faz interface com todas as outras áreas administrativas, com todas e quaisquer políticas públicas existentes e é necessariamente parte imprescindível na concepção moderna de qualquer tipologia de governança pública ou privada.

No entanto, é preciso considerar que o tema ambiental ganha mundo e presença concreta somente se houver a clarividência social e administrativa de que já não é possível gerir adequadamente uma cidade, e seja ela qual for, sem claro e muito bem definido projeto de gestão ambiental ou ainda, uma multi-gestão a envolver as pluri-ambientalidades que determinam a vida nas cidades a partir de princípios muito bem definidos como: 1. Consumo consciente; 2. Produção responsável; 3. Manutenção e ampliação de áreas verdes; 4. Agroecologia; 5. Igualdade entre gêneros; 6. Superação das relações salariais de produção; 7. Associativismo produtivo; 8. Conversão dos bairros em unidades econômicas; 9. Autogestão e; 10. Gestão da produção pelos produtores/trabalhadores.

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São itens básicos e gerais e que definem um horizonte maior e mais profícuo onde, finalmente, as cidades podem vicejar algum futuro humanizante e efetivamente democrático.

Nesse sentido, o conceito de cidade deve ser reestruturado para que, em seguida, e com base na própria modernização destes conceitos o conjunto da população atue e opere na construção de leis, normas e regras que balizem as formas do ser desta nova cidade.

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A questão central da ampla problemática que envolve a condução ambiental e administrativa das cidades é que, de fato, com os atuais regimes de propriedade, as cidades se tornaram ingovernáveis, ou seja, governanças convencionais como prefeituras ou câmaras de vereadores perderam qualquer sentido objetivo e real porque a atual cidade é essencialmente cidade apropriada, privatizada e que, desta maneira, serve tão somente ao perverso e vigorante ordenamento de classes que, não por acaso, amiúda e apequena esta mesma cidade no que ela tem de melhor, a possibilidade de vida comum, coletiva e convival.

Paralelamente, conceituar ou reconceituar a cidade só será, de fato, possível se as forças sociais mais sensíveis e avançadas tiverem acapacidade de redefinir suas formas econômicas e produtivas não em favor de grupos ou corporações privadas, mas a serviço de homens e mulheres que nela habitam e que evidentemente, são os mesmos que a fazem e refazem a partir do seu trabalho diário e cotidiano.

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Em síntese, alterar o atual modelo de vida urbana se realiza e apetece se, e somente se, o próprio regime de propriedade predominante em nosso capitalismo menor, periférico, ortodoxo e que descaracterizou nossas cidades em suas totalidades por meio da refundação de periferias "por baixo", pelo seu nivelamento mais perverso e massificador e que se possa imaginar e pela assunção burguesa e de muita ostentação do centro econômico urbano e de respectivas áreas nobres.

Alterar a lógica, sentidos e ordenamentos advindos da propriedade privada é por assim dizer, condição essencial à cidade coletiva e dos coletivos porque já é sabido que o capital não pode, definitivamente, ser reformado. Ou é superado ou a questão ambiental, sobretudo, a questão ambiental, seguirá como mero discurso rico de nuanças, efeitos e sonoridades e estéril de objetividade, concretude e historicidade.

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