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Marconi Moura de Lima Burum

Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, pós-graduado em Direito Público e graduado em Letras. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Trabalha na UEG. No Brasil 247, imprime questões para o debate de uma nova estética civilizatória

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O presidenciável Pablo Marçal, o médico estuprador e as simetrias sociopatas

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/Twitter/@pablomarcal)
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Faz alguns anos minha irmã – que é jornalista – me contava uma história que me causava estranheza. Ela estava fazendo uma pós-graduação em Assessoria de Imprensa. Numa aula convencional do curso, sua professora contara um fato real – para instigar o debate sobre as situações por que se encontram as pessoas que trabalham nesta profissão especialíssima. Passo a narrar do meu jeito, parafraseando, pois não lembro os detalhes das falas da minha parente e tão pouco saberia responder pelas potenciais hipérboles de sua professora. Assumo a responsabilidade por erros na descrição.

Vocês se lembram daquele incidente envolvendo o jogador da seleção brasileira, Ronaldo Fenômeno, e três travestis em 2008? Pois é, em resumo: um dos mais famosos atletas do Brasil se envolveu com uma travesti por nome Andréia Albertine (com todo o respeito à pessoa e sem qualquer pretensão discriminatória aqui). Albertine acusava o Fenômeno de não ter pago por um programa contratado. Após a confusão do jogador com outras colegas de Albertine, ambos foram parar na delegacia. O caso, por todo o estado da arte, viralizou e gerou repercussão nacional e internacional.[1] Conta a estratégia da profissão de assessor de imprensa – por alguns com escrúpulo questionável – que tal incidente foi “fabricado” para dar ao Ronaldo, naquele momento de sua carreira fragilizada, os holofotes que houvera sumido por um tempo. Sem tantos contratos de publicidade como queria, passando por uma recuperação de cirurgia no joelho e acompanhado por uma terapeuta para manter o emocional estável, o Fenômeno teria aceito vivenciar esta experiência a fim de, quem sabe, retornar todas as atenções do Brasil (e de possíveis patrocinadores) para ele. Verdade ou não que tudo não passou de uma encenação para render mais dinheiro ao jogador, o fato é que Ronaldo, naquele ano e por tantos após, viu seu nome em evidência – já não apenas pelo seu talento com as pernas nos incríveis dribles em campo, contudo, por algumas polêmicas que se envolveu no jogo da vida em sociedade. Girando a roleta dos assuntos, sinceramente, não quero reivindicar tanto tempo do e da Leitora com o caso do sórdido, nojento e cruel do médico que nestes dias é destaque no noticiário nacional por ter estuprado uma mulher que dava a luz a seu filho e do médico dependia os cuidados com sua anestesia para a cesariana. Falamos de Giovanni Quintella Bezerra, que está preso e responderá por crime de estupro de vulnerável [2]. E ao que parece, outras mulheres foram violentadas por esse sujeito que demonstra todos os traços de ser um sociopata (quem sabe um psicopata) sem temor e arrependimentos; só frieza e meticulosidade. O universo da mentira e da crueldade – que não se vê na primeira impressão das pessoas e somente quando as “câmeras” vão revelando os podres de certas paredes alheias. Finalmente, chegamos ao verdadeiro interesse deste texto: Pablo Marçal. Para quem não o conhece ainda – e era o meu caso até essa semana que descobri que esse rapaz é pré-candidato à Presidência da República do Brasil; repito: ao cargo mais importante de nosso País.

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Fui inventar de assistir a uns vídeos para saber mais da história de luta social (que não existe), das agendas políticas (que, vixe!, não existem), da sua importância para a construção da democracia e da cidadania no País (que também não existe). O que encontrei foi uma briga estridente entre ele, Pablo, e outro sem noção, sujeito com escrúpulo duvidoso, o pastor Silas Malafaia, o mais poderoso dos bolsonaristas de plantão.

Não vou me ater aos detalhes desta briga por economia textual (e também para manter a saúde mental). Contudo, chamou-me atenção a incapacidade desse sujeito de sustentar a palavra dita; ou mesmo a potência do seu cinismo que notei no vídeo derradeiro. Falamos acerca do longo pedido de perdão [3] de Pablo ao Malafaia por tudo que dissera a respeito dele em outros vídeos. É público e notório que não há sinceridade nas palavras do rapaz. E fica evidente que, aos moldes que fizera Ronaldo Fenômeno anos antes, o pré-candidado do PROS à Presidência da República, parece usar de um artifício duvidoso – envolver-se em escândalo – para ganhar alguns minutos de fama emergente tão úteis a determinado projeto específico de visibilidade. Porém, em alguns momentos percebemos frieza e nenhum arrependimento sincero nas palavras de Pablo Marçal, o que reforça a hipótese.  Enfim, para sua sorte, Pablo, eu não sou nada relevante ao Brasil, pois um escrito meu – como este – poderia causar grandes transtornos midiático e prejudicar sua campanha. Aliás, para o seu azar não sou influente no cenário nacional, pois pelo seu estilo de fazer o jogo, precisas mesmo é que gente famosa comente a seu respeito, falando bem ou mal... para que ganhes – forçosamente – a evidência que ainda não tens. É típico de ambiciosos sem escrúpulo que fazem de tudo – para ganhar fama, poder, prazer ou dinheiro. Porque projeto e trabalho para o País – que é o que importa a quem quer ocupar o Palácio do Planalto no comando de uma das maiores economias do planeta – você não tem... Espero, de verdade, que este jovem não vença a eleição para Presidente. Aliás, sequer venha disputar (certamente lograria êxito tamanho é seu poder de ludibriar) numa campanha para a Câmara dos Deputados ou qualquer outro cargo público, porque a julgar – embora cristãos não devessem fazer julgamento dos outros – pelo que fez com aquela sra. em Goiânia [4], uma mulher cadeirante que queria tão somente andar e que mostra – sem querer – para o Brasil e o mundo que Pablo opera sua persuasão apenas no plano material (do dinheiro e do luxo), jamais no plano espiritual (da luz e da abnegação), imagino que seu potencial governo seria uma sessão de constrangimentos e falácias inúteis à emancipação real dos sujeitos. Com um grave problema: diferente da vergonha alheia que se vê naquele ginásio lotado na capital de Goiás, a sessão duraria quatro longos anos e poderia impedir de andar, não apenas a inocente mulher, mas todo o Brasil. Quanto ao título deste texto em tela: quero crer que não haja qualquer relação semântica entre os personagens [5]. No entanto, ambos fazem mal à sociedade, de um jeito, ou de outro...

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[1] Entenda melhor o fato histórico acessando esse link: https://espaco-vital.jusbrasil.com.br/noticias/1520057/morre-o-travesti-que-se-envolveu-em-polemica-com-ronaldo-fenomeno.
[2] Saiba mais sobre o crime citado em: https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/video-mostra-momento-em-que-anestesista-giovanni-quintella-estupra-gravida-no-rj.

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[3] Peço perdão por compartilhar o vídeo original desse cara, o tal Pablo Marçal. Mas é apenas para efeito de estudos sobre o caso; sobre a personalidade do sujeito; e sobre as entrelinhas do discurso desse rapaz. Quem for estudar isso, após, peço que apague de suas relações esse canal; essa relação com alguém tão potencialmente hipócrita como poucos que tinha visto nos últimos tempos; alguém extremamente perigoso (porque pode enganar pessoas desavisadas e de boa-fé). 

Mas para as pesquisas, segue o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=urAR2Yt9eek.

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[4] Sinceramente, esforço-me para conceder o benefício da dúvida em relação a este rapaz. Contudo, e mesmo a contragosto, tenho de concordar com o Silas Malafaia que disse de várias formas que Pablo Marçal não presta.

Caso tenha curiosidade em assistir ao vídeo – momento – em que Marçal faz uma “oração” para devolver à mulher a capacidade de andar e vê que, para isso e outras coisas, ele não tem poder, fica a opção nesse link:

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https://www.youtube.com/watch?v=kTqUdzpUHTc.

[5] É bom lembrar que já temos um sociopata ocupando a Presidência da República. E nossa esperança e luta é para que logo o despejemos do Palácio da Alvorada para uma nova alvorada (1º de janeiro de 2023) de paz e alegria tão necessárias a este Brasil sofrido, ferido e com fome.

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