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Alberto Goldman

Ex-governador de São Paulo (PSDB)

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O PT isolado, e a charge do Laerte

A presidente já era, o seu partido já era, a sua base congressual já era, seu apoio popular já era e nada mais pode salvá-la

A presidente já era, o seu partido já era, a sua base congressual já era, seu apoio popular já era e nada mais pode salvá-la (Foto: Alberto Goldman)
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As manifestações organizadas pelo PT, em princípio para se contrapor àquelas do último domingo contra ele, Dilma e Lula, mostraram o seu isolamento no poder, dos seus partidos de sustentação e dos seus líderes.

O número de manifestantes foi substancialmente menor que os que se manifestaram no domingo, e em muito menos municípios do país. Porém o fato mais importante foi que, enquanto os manifestantes contra o governo eram pessoas que foram mobilizadas pelas redes sociais, sem a participação de quaisquer das entidades tradicionais da sociedade civil, no ato convocado pelo PT, além dos seus militantes mais sectários, estavam funcionários dos sindicatos de trabalhadores e das entidades sindicais sob o seu comando, regiamente subvencionados pelos recursos públicos do imposto sindical e funcionários de prefeituras petistas, além de participantes de assentamentos e invasões conduzidas pelos partidos ditos “de esquerda”, que usam para a mobilização recursos estatais a eles destinados. Ainda mais, tiveram à disposição transporte gratuito bancado também com dinheiro público, em parte vindo dos municípios dirigidos pelo PT.

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Visível, também, a divisão quanto ao conteúdo das manifestações. Enquanto alguns frisavam a defesa da presidente, outros centravam na crítica ao ajuste fiscal, ironicamente conduzido pelo ministro da Fazenda, cargo de confiança da própria presidente. Esquizofrenia explícita.

O sentimento do povo em geral, que se apresenta radicalmente contra a presidente, é o fato político mais importante dessa crise em que estamos vivendo, mais importante e decisivo que a manifestação governista das confederações empresariais, da OAB, das centrais sindicais petistas e afins, dos movimentos populares esvaziados conduzidos pelo PT, e mesmo mais decisivo que o apoio do PMDB, de Michel Temer ou de Renan Calheiros.

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Sem a denominada simbolicamente “voz das ruas”, na realidade a expressão de um sentimento amplamente majoritário da população, não há chance de salvação da presidente. A governabilidade só se realiza se, ao lado do governo, se colocar a maioria da população. Isso não acontece e dificilmente acontecerá. A legitimidade se esvaiu.

A presidente já era, o seu partido já era, a sua base congressual já era, seu apoio popular já era e nada mais pode salvá-la. É preciso agora encontrar, nos marcos da legalidade democrática, a saída política para enfrentar a crise econômica em que vive o país e construir um novo governo que recupere a capacidade de governar.

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Em função de uma charge publicada pela Folha, no dia 18 último, produzida pelo Laerte, mandei uma carta, ainda não publicada, ao jornal. O texto vai abaixo.

“A charge do Laerte ( pg 2, 18/8 ) a respeito da manifestação do último domingo é uma agressão inaceitável, um dogmatismo que violenta os democratas que foram protestar contra um governo corrupto e um partido que há anos vem destruindo a economia do país. A minha indignação ( eu que lá estive com minha mulher, filhos e netos ) com o seu trabalho que nos mostra como que associados a criminosos encapuzados ( com eles se confraternizando ) aumenta quando recordo que estive com ele na frente de luta contra a ditadura militar em defesa das liberdades democráticas. A presença no ato de manifestantes que pediam a volta dos militares ( uma minoria ), não justifica o conteúdo da charge. Abominável.”

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