CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Chico Junior avatar

Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

115 artigos

blog

Patrimônio do Matutu: comida vegetariana, simples e saborosa. No meio da natureza

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O lugar é lindo, me disseram. A pousada fica no alto de um vale (o Vale do Matutu), na Serra do Papagaio, município de Aiuruoca, Minas (Aiuru+oca = casa dos papagaios, em tupi-guarani). ”É lindo, mas para chegar lá só a pé, uma caminhada de 40 minutos” (na realidade, 50 pra ir, 40 para voltar). Chiii! Mas a bagagem vai em burros; menos mal.

Mas hoje em dia, para encarar uma aventura dessas, que inclui uma viagem de cinco horas entre o Rio e o Matutu, tem que ter uma comida que valha a pena. Natureza é lindo, mas comer bem e com prazer, é fundamental. “A comida vale muito a pena, mas é vegetariana”, também me disseram.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A Patrimônio do Matutu existe há 15 anos, sonho do ex-hippie paulistano Luiz MIdéa, de 58, que há 30 mora no Matutu, desenvolvendo trabalhos socioambientais. A pousada, ou Casa de Hóspedes, como ele prefere chamar, é basicamente iluminada com luz de velas. Energia elétrica, proveniente, de energia solar, só no salão principal, na cozinha e área de serviço, e nas duas canas que ficam a 150 metros da casa. Portanto, dá para carregar o celular. Internet, tem sim, mas o wi-fi só pega no salão principal. Televisão não tem não. Nos quartos da casa de hóspedes, só luz de vela.

Segundo Luiz, o Patrimônio tem três diferenciais: chegar andando e a iluminação a luz de velas são dois deles. “O terceiro é a comida”, diz ele.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Karla

Há pouco mais de 10 anos surgiu na vida de Luiz e do Patrimônio a engenheira de alimentos e ativista ambiental, e também paulistana, Karla Ribeiro, que já andava pelo Matutu também fazendo trabalhos socioambientais. Karla uniu seus conhecimentos acadêmicos com “o talento e o tempero de Marcilene”, cria do lugar e a cozinheira que já trabalhava na pousada.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A união desses dois conhecimentos resultou em uma comida simples, criativa e, principalmente, saborosa. “O conceito”, diz Karla, “é fazer uma comida minimamente processada e divertida”.

A maioria dos insumos vem de produtores locais e/ou regionais, além do que é produzido na própria fazenda, onde está inserida a pousada, como leite (e derivados: iogurte, coalhada seca e queijo minas frescal), mandioca, hortaliças, ervas, tomate cereja, batata doce e inhame. “Nós procuramos, quase sempre, conhecer os produtores que nos fornecem os insumos”, diz Karla, a maioria proveniente de produtores familiares que fazem agricultura agroecológica.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

“Como não temos geladeira, por opção, produzimos comida de verdade, todo dia; por isso, tudo é muito fresco”, reforça.

Queijos de Aiuruoca e de Alagoa, duas regiões famosas pelos seus queijos de leite cru, também são servidos na pousada, como o parmesão que acompanha a sopa do jantar.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A comida

Cheguei lá numa quinta-feira, para uma estadia até domingo de manhã, em companhia da minha mulher, Tetê, e de um casal de amigos, Eliane e José, na hora do chá da tarde: chá de erva-doce, bolo de aveia com gengibre e queijo minas frescal. No jantar, sempre se serve uma sopa, mas, antes, uma agradável surpresa: pequenas azeitonas (arbequina) servidas como aperitivo, provenientes das oliveiras da fazenda. Um charme. A sopa do dia era um minestrone.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Dia seguinte, café da manhã: café, leite, chá, suco, queijo minas frescal, pão caseiro, pão de queijo (claro), iogurte, mel da região, banana na terra assada na chapa, queijo na chapa, tomate na chapa, bolo, ovo caipira. Tudo muito bom. 

No almoço, feijão azuki, arroz integral com nirá, berinjela caponata, empadão de abóbora com alho-poró e salada de alface, couve, azedinha, pepino, tomate cereja e cenoura. Para regar, molho de tahine. Sobremesa: doce de leite (feito lá) com raspas de limão.

À noite, sopa de cenoura com gengibre. E, como sempre, as azeitoninhas.

O almoço de sábado foi uma feijoada vegetaria, com feijão preto, cenoura, bardana (planta que também tem uso medicinal), ricota defumada e seitan (espécie de “carne” de trigo). Para acompanhar, couve refogada e farofa.

Resumindo: pelo lugar, pela acolhida e pela comida, o passeio vale a pena.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO