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Thaís S. Moya

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Plano B pode jogar liminares da ONU no lixo

Há dois caminhos possíveis: 1) cumprir a promessa ao povo e manter Lula como candidato, assumindo todos os riscos; ou 2) render-se aos desmandos do Estado de exceção e mergulhar em uma eleição fraudada e controlada pelo Golpe

Plano B pode jogar liminares da ONU no lixo (Foto: Ricardo Stuckert)
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O Comitê de Direitos Humanos da ONU expediu uma segunda liminar que reafirma o dever do Estado brasileiro garantir a candidatura equânime de Lula, o que representa uma enorme vitória, pois amplia e fortalece a resistência do povo que quer ter o direito de votar no ex-presidente.

O PT, desde o início, tem garantido que a candidatura de Lula irá até o último recurso, no entanto, cada vez mais, cresce a pressão para que o partido desista e nomeie Fernando Haddad como cabeça de chapa e Manuela D´Ávila como vice.

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Os argumentos que fundamentam essa pressão circundam o fator "tempo", tendo em vista que o Tribunal Eleitoral Superior (TSE) ilegalmente diminuiu o prazo para definição da chapa, que foi determinada para esta terça-feira 11, quando deveria ser dia 17, próxima segunda-feira. A parcela que defende obedecer o Judiciário entende que persistir nos recursos - que ainda existem no Supremo Tribunal Federa (STF) e nas instâncias internacionais - prejudica o processo de transição de votos para Haddad, além de poder resultar na impugnação de qualquer chapa petista.

Há, portanto, dois caminhos possíveis: 1) cumprir a promessa ao povo e manter Lula como candidato, assumindo todos os riscos; ou 2) render-se aos desmandos do Estado de exceção e mergulhar em uma eleição fraudada e controlada pelo Golpe.

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O segundo cenário, conhecido como Plano B, é uma grande aposta em um processo eleitoral que já provou, inúmeras vezes, que é coordenado por meio de fraudes, crimes e manipulações. Responda sinceramente: o que garante que as urnas estarão a salvo? E se forem maculadas, a quem vamos recorrer, ao Judiciário? Não parece nada razoável essa aposta, principalmente, porque além de ter a derrota pré-anunciada, impor qualquer candidatura no lugar de Lula é exatamente o que o Golpe deseja e precisa, pois significaria a chancela de validação democrática, tendo em vista que as instituições brasileiras estão, desde o impeachment, deslegitimadas, tanto interna, como internacionalmente.

E é exatamente no âmbito internacional que o Plano B se torna um "tiro no pé", pois sua execução pode significar a nulidade das liminares da ONU, já que as mesmas referem-se aos direitos políticos de Lula nessa eleição. A partir do momento que a candidatura dele for substituída, o poder das liminares caem e se tornam tecnicamente improcedentes, o que significa que perderemos o único campo de luta que temos chances de ganhar, já que internamente está mais do que óbvio que as cartas estão marcadas não apenas contra Lula, mas também contra o povo, a democracia e a Constituição.

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Repito: se o Plano Haddad/Manu for implementado, a ONU e demais cortes internacionais não poderão ajuizar sobre a candidatura de Lula, pois não poderão ignorar que a mesma foi descartada e substituída pelo partido; e, como consequência, jogaremos no lixo qualquer possibilidade da comunidade internacional deslegitimar o processo eleitoral.

Portanto, o Plano B assume o ônus das instâncias internacionais alegarem que o próprio PT legitimou a eleição quando aceitou participar dela com outro candidato, inclusive, afrontando as liminares da ONU, que determinou que o candidato deveria ser Lula e não outra pessoa.

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Fica a questão inquietante: então, o que fazer? Abrir mão de disputar a eleição, caso impugnem em absoluto a chapa de Lula?

Primeiro, devemos retomar o óbvio: essa eleição é uma fraude que compõe o Golpe, portanto, não existe possibilidade real de que um plano B, C, D ou Z do PT saia vitorioso. Insistir na narrativa que o partido pode vencer uma eleição fraudada é permanecer no vazio ideológico e na crença cega de que, em algum momento, as instituições brasileiras vão ceder e voltar a cumprir a Lei. Não, não vão, sabemos disso. Portanto, o Golpe é o único que ganha com uma candidatura petista que não seja Lula.

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Segundo, ao contrário do que defensores do Plano B acreditam, a luta não termina na eleição, além de não necessariamente precisar passar por ela. O período eleitoral pode ser usado para potencializar e educar politicamente a população, por meio da denúncia didática do Golpe. Mais importante do que retomar o Poder, é construir uma oposição popular, robusta e qualitativa aos projetos golpistas que tem assolado os direitos civis, políticos e sociais do povo. O trauma de passar por um processo eleitoral fraudado que excluiu o candidato escolhido por mais de 40% da população não passará inerte ao imaginário social, mas pode ficar ideologicamente vazio se não for bem conduzido.

Assumir os riscos de levar Lula como candidato até 7 de outubro, mesmo que "oficialmente" ele não seja, significa que o PT não reconhece mais a legitimidade das instituições brasileiras, assim como da eleição presidencial, e parte para um combate fora das fronteiras em defesa e recuperação da nossa democracia.

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Uma eleição sem representatividade e legitimidade não serve ao Golpe, e é nesse caminho que vamos derrubá-lo.

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